Jogadores do Caldas acreditam que podem contrariar Benfica na Taça de Portugal
Os jogadores do Caldas, equipa da Liga 3 que recebe no sábado o Benfica para a Taça de Portugal em futebol, acreditam em causar surpresa, apesar do favoritismo do adversário.
"É um dos pontos mais altos da história do Caldas, e da minha carreira, e acredito que temos uma palavra a dizer na eliminatória", afirmou o capitão Thomas Militão em declarações à Lusa, acrescentando que vai ser "um jogo muito especial" por se tratar de um dos "grandes clubes portugueses" e por se disputar no Campo da Mata (20:45 de sábado).
O experiente defesa, que apenas representou o Caldas na carreira, destaca que o clube já merecia um "dia destes", reiterando que na 'Mata Encantada' -- como é apelidada a 'casa' do clube -- "tudo pode mesmo acontecer".
"Costumo dizer que o Campo da Mata está destinado a grandes feitos e acredito que possa ser possível acontecer mais um no próximo sábado", atirou, recordando o percurso do clube na Taça de Portugal, em 2017/18, e acrescentando que, em conversa com os colegas, pediu que aproveitassem todos os momentos "ao máximo": no "mar de gente" que deverão ter à sua espera na chegada ao estádio, assim como o apoio "extraordinário" durante e após o jogo.
A motivação para a receção aos 'encarnados', refere, já é por si só "mais do que suficiente", mas o futebolista, de 30 anos, recorda também a caminhada do emblema caldense na Taça de Portugal em 2017/18 -- da qual fez parte e que culminou nas meias-finais -- para apelar aos colegas de equipa e aos adeptos para que "acreditem" que o clube pode voltar a fazer história na prova 'rainha'.
"Sabemos das dificuldades e das hipóteses que temos de passar a eliminatória, que são muito curtas, mas não nos vamos acanhar e vamos tentar fazer o nosso jogo, aproveitando o fator casa", analisou, frisando que "é na 'Mata Encantada' que se escrevem as histórias mais bonitas".
O jogo vai ter um simbolismo também muito especial para o defesa João Silva e para o avançado Marcelo Marquês, únicos jogadores do plantel comandado por José Vala que já alinharam pelo Benfica, ambos nos escalões de escolas e infantis.
Os futebolistas, autores dos golos que permitiram ao Caldas eliminar o Sporting da Covilhã, por 3-0, na fase anterior da competição, também se mostraram confiantes de que o Caldas tem uma "palavra a dizer" na eliminatória.
"A pressão está do lado do Benfica, mas nós também temos as nossas hipóteses", afiançou Marcelo Marquês, notando que este jogo terá "particular emoção" por ter representado o Benfica durante três anos da sua formação.
Ainda assim, evidencia, o foco está em ajudar o segundo classificado da Série B do terceiro escalão, a conseguir uma boa exibição diante do Benfica, e, "se possível", com golos.
"Caso aconteça não será o Marcelo Marquês ou qualquer outro jogador a marcar, será sim uma cidade inteira", sublinha o jovem avançado, de 24 anos, afirmando que, se for um dos escolhidos para entrar em campo, tudo fará para "aproveitar as oportunidades que tiver".
A atravessar um início de temporada em grande plano, também João Silva acredita que o Caldas pode "fazer nova gracinha" na competição.
O defesa, de 24 anos, aponta o "fator casa" como um dos "ingredientes" que pode levar a equipa à vitória, destacando a "qualidade do plantel" para tentar contrariar o "favoritismo" 'encarnado'.
O jogador, que passou pela formação do Benfica, considera que será "o jogo de uma vida" e diz que sente já algum "nervosismo" para o embate de sábado, que será ainda mais especial por já ter jogado de 'águia ao peito'.
No entanto, João Silva coloca a pressão do lado do conjunto orientado por Roger Schmidt.
"Enquanto houver esperança vamos lutar com todas as nossas armas para discutir a eliminatória", sublinhou, reiterando que tudo vão fazer para "honrar e dignificar a história do Caldas".
O último compromisso oficial do Benfica no Campo da Mata foi há 61 anos, quando as 'águias' venceram o Caldas, por 5-3, em 26 de novembro de 1961, na primeira mão da primeira eliminatória da Taça de Portugal.
A única vitória do Caldas sobre o Benfica, contudo, data de 12 de janeiro de 1958, tendo os caldenses, liderados pelo técnico húngaro János Hrotkó, vencido por 3-2, com golos de João Resende, Janita e beneficiando ainda de um autogolo do guarda-redes 'encarnado' José Bastos.
A 'Mata Encantada' -- como lhe chamam jogadores, dirigentes e adeptos caldenses -- é, segundo os mesmos, o local onde "todos os sonhos podem tornar-se realidade" e onde se acredita em novo triunfo histórico.