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Arquidiocese de Santa Fé apresenta plano de 121 milhões de dólares para indemnizar vítimas de abuso

Foto Shutterstock
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Uma das dioceses católicas mais antigas dos Estados Unidos, de Santa Fé, apresentou esta quarta-feira o seu plano de reorganização de insolvência, para compensar quase 400 sobreviventes de abusos do clero com mais de 121 milhões de dólares.

Um juiz federal de insolvências do Novo México irá ouvir o plano da Arquidiocese de Santa Fé, noticiou o Albuquerque Journal.

O esperado acordo surge quase quatro anos depois da Arquidiocese de Santa Fé ter entrado com um pedido de recuperação judicial, para resolver as crescentes alegações de abuso que datavam de décadas.

Segundo o plano, seis seguradoras irão cobrir 46,5 milhões de dólares dos 121,5 milhões de dólares, de acordo com o processo judicial, citado pelo jornal.

A arquidiocese ficaria assim responsável por 75 milhões de dólares, sendo que tem mais de 69 milhões de dólares numa conta de caução.

A Congregação dos Servos do Paráclito, que administra há décadas um centro de tratamento para padres católicos com problemas que incluem a pedofilia, e três ordens religiosas, contribuirão com 7,85 milhões de dólares.

"É impossível exagerar a tragédia do abuso que foi infligido às crianças e adolescentes da Arquidiocese", sublinhou a arquidiocese no comunicado de divulgação do plano de reorganização.

"O abuso foi perpetrado por padres ou outros que pretendiam fazer o trabalho missionário da Igreja Católica Romana. Em vez de cumprir as suas missões, estes perpetradores infligiram danos e sofrimento", acrescentou.

Pelo menos dois terços dos sobreviventes de abusos da igreja que apresentaram queixas devem aprovar o plano.

Brad Hall, advogado de Albuquerque, representou mais de 235 sobreviventes de abusos na igreja nos últimos anos e referiu que 145 destes entraram com reclamações no caso de insolvência.

Ter uma queixa apresentada permitirá aos sobreviventes receberem indemnizações até ao final do ano, explicou Hall ao jornal.

Os sobreviventes alegam que quem estava no poder na Igreja Católica do Novo México fizeram vista grossa ou ocultaram os abusos e também acusaram a arquidiocese de simplesmente transferir padres abusivos para outras paróquias, em vez de investigá-los.

O acordo também exige que a arquidiocese disponibilize publicamente documentos sobre o escândalo de abuso, que serão entregues à Biblioteca Zimmerman da Universidade do Novo México.

Existem inúmeras outras queixas ou ações judiciais na justiça, incluindo 80 contra os Servos do Paráclito, acusados de perpetuar o abuso ao colaborar com a arquidiocese para enviar padres supostamente reabilitados para outras igrejas católicas.

O atual arcebispo de Santa Fé, John C. Wester, lideral atualmente uma arquidiocese que prometeu uma política de tolerância zero para abuso ou ocultação.

O 'site' da arquidiocese tem uma lista de cerca de 80 padres e clérigos acusados, em casos considerados válidos, sendo que 29 estão ainda vivos, registando também uma lista de padres que foram acusados em outros lugares, mas que já trabalharam no Novo México.