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Trump diz que sistema jurídico nos EUA é "uma vergonha" após ser chamado a depor

Foto Allison Joyce/Getty Images/AFP
Foto Allison Joyce/Getty Images/AFP

O ex-Presidente Donald Trump afirmou esta quarta-feira que o sistema jurídico nos Estados Unidos é "uma vergonha", após um juiz ter decidido que vai ter de depor, sob juramento, num caso de difamação.

Trump será chamado a depor na próxima quarta-feira num processo de difamação interposto por uma colunista que o acusou de a ter violado nos anos de 1990.

A decisão judicial ocorre depois de E. Jean Carroll ter processado o ex-Presidente norte-americano em 2019, alegando que Trump a violou numa uma loja em Nova Iorque, em 1995, e que depois mentiu sobre isso e manchou a reputação da colunista quando esta decidiu tornar a história pública.

Trump classificou o processo da colunista de longa data da revista Elle de "um embuste e uma mentira", bem como de "uma completa conspiração".

"Não conheço esta mulher, não faço ideia de quem é, a não ser que parece que há muitos anos, com o seu marido, conseguiu tirar uma fotografia comigo, apertando-me a mão (...) num evento de caridade", garantiu o ex-chefe de Estado norte-americano.

"É um farsa e uma mentira, tal como todos os outros embustes com que me têm tentado atingir nos últimos sete anos", lamentou, para concluir: "Agora tudo o que tenho de fazer é passar por mais anos de disparates legais para limpar o meu nome. Isto só pode acontecer a Trump!".

O processo tinha ficado bloqueado numa questão técnica legal, sobre se Trump devia enfrentar o processo como cidadão, ou se o governo dos EUA devia intervir como réu, porque o magnata estava a desempenhar funções como chefe de Estado na altura, quando negou as acusações.

Alina Habba, advogada de Trump, escreveu num comunicado que espera "estabelecer nos autos que o caso é, e sempre foi, totalmente injusto".

Como a alegada violação ocorreu há muito tempo, Carroll foi inicialmente impedida de processar Trump por agressão sexual. Acabou por avançar com um processo por difamação, devido em grande parte aos comentários depreciativos que o ex-Presidente fez quando a colunista tornou pública a história.

Em setembro, um tribunal de recurso em Washington analisou se Donald Trump estava em funções enquanto Presidente quando negou ter violado a mulher, afirmando que a denunciante era alguém que não fazia o seu género. O tribunal acabou por decidir que Trump era um funcionário federal quando comentou as alegações de Carroll.