Governo destaca capacidade de cientistas em captar verbas para investigação
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, destacou hoje a capacidade dos projetos científicos portugueses em captar fundos europeus, mas alertou que é preciso "mais financiamento" para alcançar objetivos.
"Nós temos muitas verbas na área da investigação e os portugueses têm conseguido fazer isso ao longo dos anos, que é captar projetos e concorrer a outros fundos, nomeadamente a fundos europeus", disse.
Para a governante, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao EuRoC -- European Rocketry Challenge, uma competição de lançamento de foguetes destinada a estudantes universitários europeus, que está a decorrer na cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, em Ponte de Sor (Portalegre), o país deixou "há uns anos" de ser "contribuinte liquido" nesta área, tendo conseguido captar mais financiamento europeu.
"Nós já há uns anos a esta parte deixamos de ser contribuintes líquidos, ou seja, nós vamos buscar mais dinheiro à Europa do que aquele dinheiro que lá colocamos", sublinhou.
"A ciência que temos em Portugal é muito boa, em algumas áreas é excelente, aliás, nós damos cartas a nível internacional, mas é evidente que precisamos de mais financiamento, isso é normal", acrescentou.
O EuRoC -- European Rocketry Challenge conta este ano, e pela primeira vez, com o apoio da Agência Espacial Europeia, decorrendo a competição até terça-feira em Ponte de Sor e no Campo Militar de Santa Margarida (Santarém), com a participação de 20 equipas europeias.
Os lançamentos dos foguetões vão decorrer a partir de quinta-feira no Campo Militar de Santa Margarida, "à razão de três lançamentos por dia", permanecendo as restantes equipas a ultimar a preparação dos rockets em Ponte de Sor.
Por último, na terça-feira, realiza-se a entrega de prémios e a cerimónia de encerramento no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor.
A competição, na qual estão inscritas duas equipas portuguesas, uma do Instituto Superior Técnico de Lisboa e outra da Universidade da Beira Interior, integra anualmente sete troféus, sendo os prémios atribuídos de acordo com a altitude em competição e o tipo de motor usado nos foguetões.
O EuRoC surgiu em 2020 e é uma das várias apostas da Agência Espacial Portuguesa na área da Educação, sendo este "um dos pilares estratégicos" da sua atuação desde a fundação, em 2019.
A Agência Espacial Portuguesa, que vê nesta aposta nos jovens "o futuro do ecossistema espacial português", tem como objetivo "promover e fortalecer" o setor espacial em Portugal, para "benefício" da sociedade e da economia nacional e internacional.