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Rússia detém oito suspeitos de ataque contra ponte da Crimeia

Foto DR
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Os serviços de segurança da Rússia (FSB) disseram hoje ter detido oito suspeitos, incluindo cinco russos, de terem participado na organização do ataque com explosivos que destruiu, no sábado, a ponte da Crimeia.

Além dos cinco russos, foram detidos "três [suspeitos] da Ucrânia e Arménia", acrescentou.

O FSB sublinhou que o "ataque terrorista" foi organizado pelos serviços de informações militares ucranianos, de acordo com um comunicado, citado pelas agências de notícias russas.

Os explosivos terão sido dissimulados em "rolos de película plástica", enviados em agosto, a partir do porto de Odessa, na Ucrânia, e transitaram pela Bulgária, a Geórgia e a Arménia, antes de entrarem na Rússia, indicou a mesma nota.

Na terça-feira, as autoridades russas aumentaram para quatro o número de mortos no ataque à ponte Kerch, que liga a Rússia à península da Crimeia.

A ponte, também conhecida por ponte da Crimeia, é considerada uma rota importante de abastecimento logístico para as forças russas na península e no sul da Ucrânia ocupado pela Rússia.

A estrutura, com 19 quilómetros de extensão, inclui uma via de transporte ferroviário e uma autoestrada.

A rota alternativa à ponte tem uma extensão de 359 quilómetros, dos quais 180 estão a ser reparados pelo Ministério dos Transportes da Rússia.

Um dos objetivos da campanha militar russa na Ucrânia consistiu em garantir um corredor terrestre entre território russo e a península, que depende dos cereais, água e energia elétrica provenientes do sul da Ucrânia.

O camião, que explodiu no final da madrugada de sábado, provocou um incêndio em seis tanques de combustível de um comboio de vagões-cisterna e provocou o colapso de duas secções da parte rodoviária da ponte, além dos 1,3 quilómetros de via-férrea danificados.

A ponte de Kerch, declarada objetivo militar por Kiev, foi inaugurada em 2018 pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.