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Balanço de ataque em centro educacional de Cabul sobe para 35 mortos

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Foto EPA

O balanço de um atentado num centro educacional em Cabul, na sexta-feira, subiu para 35 mortos e 82 feridos, anunciou hoje a missão da ONU no Afeganistão.

O atentado foi cometido por um bombista suicida e vitimou estudantes que estavam a preparar-se para os exames.

"A última contagem do ataque é de pelo menos 35 mortos e 82 feridos", disse a missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Manua), citada pela agência francesa AFP.

O anterior balanço, divulgado pela polícia afegã na sexta-feira à noite, era de 20 mortos e 27 feridos.

O atentado vitimou maioritariamente raparigas, disse à AFP um estudante que estava no local no momento da explosão.

"Poucos rapazes foram afetados porque estavam no fundo da sala de aula e o bombista entrou pela porta da frente onde as raparigas estavam sentadas", disse a fonte.

A explosão ocorreu no distrito de Dasht-e-Barchi de Cabul ocidental, uma área predominantemente muçulmana xiita onde vive a minoria hazara, de origem turca e mongol.

Este bairro tem sido atingido por ataques nos últimos anos, e desde o regresso ao poder dos talibãs, em agosto de 2021.

Um ramo regional do grupo terrorista Estado Islâmico tem reivindicado vários ataques contra os hazaras, que consideram hereges.

Cerca de 50 mulheres jovens manifestaram-se hoje de manhã, no bairro de Dasht-e-Barchi, gritando "parem o genocídio dos hazaras", segundo a AFP.

As manifestantes exibiram cartazes com frases como "não é um crime ser xiita", antes de guardas talibãs terem disparado tiros para o ar para pôr termo ao protesto.

A população do Afeganistão é maioritariamente sunita.

O atentado foi condenado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu ao regime talibã que proteja os direitos de todas as pessoas, "independentemente da sua origem étnica ou género".