Parlamento Europeu reúne-se em sessão plenária dominada pela escalada bélica russa
O Parlamento Europeu reúne-se na próxima semana, de segunda a quinta-feira, numa sessão plenária dominada pela escalada bélica da Rússia na guerra com a Ucrânia.
Na quarta-feira, os eurodeputados vão debater a recente escalada russa no conflito com a Ucrânia, nomeadamente a mobilização de milhares de reservistas russos, a organização de denominados "referendos" em partes ocupadas da Ucrânia e as ameaças nucleares do Presidente russo, Vladimir Putin.
Uma resolução sobre este tema será votada na quinta-feira.
A sessão plenária acontece depois de a Rússia -- que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro - ter formalizado, na sexta-feira, a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A anexação das quatro regiões ucranianas, que correspondem a cerca de 15 por cento do território terrestre da Ucrânia, ocorreu após a realização de referendos não reconhecidos pela comunidade internacional, entre 23 e 27 de setembro.
A recente crise de segurança causada pelas fugas detetadas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico também estará na agenda.
A União Europeia (UE) e a NATO alegam que as fugas no Nord Stream foram causadas por um "ato intencional" e "sabotagem".
O Kremlin (Presidência russa) qualificou de "sem sentido e absurdas" as acusações de que a Rússia pode ser responsável pelos danos detetados nos gasodutos, tendo apontado as suspeitas em direção aos Estados Unidos.
Também na quarta-feira, o Parlamento Europeu vota uma resolução, debatida na sessão plenária de setembro, que avalia as propostas da Comissão Europeia para reduzir o consumo de eletricidade, o que poderá contribuir para a redução do preço junto dos consumidores, e medidas para redistribuir as receitas excedentárias do setor da energia aos clientes.
No dia anterior, terça-feira, a agenda da sessão inclui um debate entre os eurodeputados e o Alto Representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, sobre os protestos antigovernamentais que nas últimas semanas têm abalado o Irão e que foram desencadeados pela morte de uma jovem mulher após ter sido detida pela chamada Polícia da Moral.
Esta vaga de protestos surgiu na sequência da morte de Masha Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, alguns dias após a sua detenção por ter alegadamente infringido o rigoroso código sobre o uso de vestuário feminino previsto nas leis da República Islâmica, em particular o uso do véu.
Os protestos têm sido alvo de uma forte repressão por parte das autoridades iranianas.
Em outubro, o Parlamento Europeu tem duas sessões agendadas, uma vez que os estatutos obrigam à realização de 12 sessões plenárias e a instituição fecha em agosto.