Novos preços da electricidade e outras notícias que marcam a actualidade
Os aumentos de preços do gás natural e da eletricidade para os clientes domésticos, no mercado regulado e no liberalizado, entram hoje em vigor, o que, em alguns casos, vai pesar quase mais 40 euros na fatura mensal.
Os anúncios dos aumentos foram sendo feitos um a um pelos comercializadores, durante o verão, mas a entrada em vigor dos novos preços acontece agora ao mesmo tempo para todos os clientes domésticos e também alguns pequenos negócios.
Quem for cliente da EDP Comercial vai passar a pagar pelo gás natural, em média, mais 30 euros mensais, acrescidos de cinco a sete euros de taxas e impostos, uma subida que a empresa justificou com a escalada de preços nos mercados internacionais, após um ano sem fazer atualizações de tarifário.
Os novos preços vão estar em vigor durante três meses, e não durante um ano, como habitual, estando sujeitos a revisões em alta ou em baixa, no final daquele período.
Já no caso da Galp, a subida da fatura do gás natural rondará os oito euros, para o escalão mais representativo de clientes.
A Galp tinha atualizado o preço do gás natural em 01 de julho, com um aumento de cerca de 3,60 euros para o escalão mais representativo.
Por sua vez, os clientes da Goldenergy vão sofrer aumentos médios de 10 euros nas faturas de gás mensais, que abrangem tanto famílias, como pequenos negócios. O novo tarifário será aplicado até ao final do ano, sendo revisto face às alterações do mercado.
Estes anúncios levaram o Governo a aprovar uma medida que permite o regresso ao mercado regulado de gás dos consumidores no mercado liberalizado, tal como já acontecia no caso da eletricidade.
O mercado regulado oferece tarifas mais baratas. No entanto, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou um novo aumento do preço da energia no mercado regulado de gás natural e no de eletricidade.
Assim, naquele mercado, entra hoje em vigor uma subida de 3,9% face ao mês anterior e, uma vez que foram sendo feitas atualizações ao longo do ano, o aumento é de 8,2% para o ano 2022-2023, face ao ano anterior (2021-2022).
Já no caso da eletricidade, os clientes no mercado regulado passam a pagar mais cinco euros por megawatt-hora (MWh), equivalente a uma subida média de 3% na fatura mensal.
Sem subidas mantêm-se os clientes da Endesa, que se comprometeu a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico, depois de o presidente da empresa ter afirmado que a eletricidade iria subir 40% em agosto. A Iberdrola também não anunciou aumentos.
Hoje, também é notícia:
CULTURA
Concertos do português Hélder Moutinho, do duo iraniano-arménio Farnaz Modarresifar & Haïg Sarikouyoumdjian e dos franceses Barrut, assim como um ciclo de cinema documental, destacam-se na programação do Festival Imaterial, que começa hoje, em Évora.
Com acesso gratuito, o festival prolonga-se até dia 09, e realiza-se em vários espaços da cidade, nomeadamente o Auditório Soror Mariana, os Claustros da Fundação INATEL, o Palácio D. Manuel e o Teatro Garcia de Resende.
Os músicos Amélia Muge, Bandua, Cantadores do Desassossego e Grupo de Cantares de Évora (Portugal), Soona Park (Coreia do Sul), Tanxugueiras (Galiza, Espanha), Verde Prato (País Basco, Espanha) e Barrut (Occitânia, França) estão também em cartaz, assim como Parvathy Baul (Índia), Tarta Relena (Catalunha, Espanha), Annie Ebrel & Riccardo Del Fra (Bretanha, França), Saz'iso (Albânia), NATCH (Cabo Verde) e Lia de Itamaracá (Brasil).
Os concertos de Annie Ebrel & Riccardo Del Fra e Barrut estão integrados na Temporada Portugal-França 2022.
Para o último dia do festival, está prevista a atribuição do Prémio Imaterial.
***
A ópera "L'elisir d'amore!" ("O elixir do Amor!"), de Gaetano Donizetti, com direção musical do maestro Antonio Pirolli, e encenação de Mário João Alves, abre hoje a temporada lírica do Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC), em Lisboa.
Esta produção marca a estreia da soprano Rita Marques, no papel da protagonista, Adina, com o restante elenco constituído pelo tenor Antonio Garés, como Nemorino, o barítono Ricardo Panela, como Belcore, o baixo barítono Ricardo Seguel, no papel de Dulcamara, e a soprano Joana Seara, no da aldeã Giannetta, aos quais se junta o Coro do TNSC.
"L'elisir d'amore!", à qual pertence a conhecida ária "Una furtiva lagrima", foi estreada em maio de 1832, em Milão, e subiu ao palco do S. Carlos pela primeira vez em 6 de janeiro de 1834, regressando agora ao teatro lírico de Lisboa, no Dia Mundial da Música.
***
A primeira edição do Festival Cuca Monga tem início hoje, na Vila Afifense, no bairro de Alvalade, em Lisboa, com atuações de Capitão Fausto, Luís Severo, Rapaz-Ego e Catarina Branco, entre outros músicos.
A Cuca Monga, coletivo que envolve edição e produção artística, foi fundada em 2012 pelos cinco elementos dos Capitão Fausto (Tomás Wallenstein, Manuel Palha, Domingos Coimbra, Salvador Seabra e Francisco Ferreira), mais Diogo Rodrigues, Joaquim Quadros, Vicente Futscher e António Branco, com o objetivo de "divulgar trabalho, aconselhar artistas nas adversidades da indústria, planear a sua movimentação pelos circuitos nacionais e estimular a colaboração entre eles na ótica da aprendizagem comum".
A Cuca Monga, que conta com 200 obras editadas, mobiliza artistas como Luís Severo, GANSO, Zarco, Rapaz-Ego, Reis da República, Modernos, El Salvador e BISPO.
DESPORTO
O Benfica procura reforçar a liderança da I Liga de futebol e aumentar para cinco pontos a vantagem na frente, na deslocação ao campo do Vitória de Guimarães, na oitava jornada da prova.
No Minho, os 'encarnados' vão tentar aproveitar a goleada de sexta-feira do FC Porto sobre o Sporting de Braga (4-1), equipas que passaram a 'partilhar' o segundo lugar, com 19 pontos, e fugir no comando da competição.
Além de reforçar a liderança, o Benfica vai tentar em Guimarães manter o arranque da época 100% vitorioso em todas as competições e somar o 14.º triunfo consecutivo.
Por seu lado, o Vitória de Guimarães segue no nono lugar, com 10 pontos, e vai entrar em campo com apenas um triunfo nas últimas cinco jornadas.
O duelo está agendado para as 20:30.
Antes, o Portimonense vai tentar isolar-se provisoriamente no quarto lugar, na deslocação ao campo do Vizela, 15.º, e Desportivo de Chaves (11.º) e Estoril (oitavo) medem forças em Trás os Montes.
A ronda arrancou na sexta-feira, com o Sporting a bater o Gil Vicente, por 3-1, em Alvalade.
ECONOMIA
A suspensão temporária da produção hidroelétrica em 15 barragens entra hoje em vigor, até que sejam alcançadas as cotas mínimas da sua capacidade útil que venham a ser estabelecidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Numa resolução do Conselho de Ministros, publicada em Diário da República na terça-feira, o Governo criou "uma reserva estratégica de água nas albufeiras associadas aos aproveitamentos hidroelétricos", em Alto Lindoso, Alto Rabagão, Alqueva, Castelo de Bode, Caniçada, Cabril, Paradela, Lagoa Comprida, Salamonde, Santa Luzia, Vilar-Tabuaço, Vilarinho das Furnas, Vendas Novas, Baixo Sabor (montante) e Gouvães.
Para tal, o Governo determinou a suspensão temporária da produção hidroelétrica naquelas barragens, a partir de hoje, "até que sejam alcançadas as cotas mínimas da sua capacidade útil que venham a ser estabelecidas".
Aquela reserva estratégica só deverá ser usada se estiver em causa a segurança de abastecimento elétrico.
Assim, o executivo determinou que a APA, na qualidade de Autoridade Nacional da Água, promova, no prazo de 20 dias após a publicação da resolução, "com a colaboração do gestor global do sistema elétrico nacional (SEN) e ouvidos os proprietários dos aproveitamentos hidroelétricos, a fixação do valor da cota, em metros, a atingir em cada armazenamento hidroelétrico identificado, publicando-o no respetivo sítio da Internet".
Em fevereiro, Governo já tinha dado ordens para suspender a produção de eletricidade a partir de água nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, todas da EDP.
INTERNACIONAL
Várias cidades pelo mundo, incluindo em Portugal, recebem hoje manifestações de apoio aos recentes protestos no Irão, desencadeados pela morte de uma jovem mulher após ter sido detida pela chamada Polícia da Moral.
Lisboa, Coimbra, Nova Iorque, Colónia ou Milão são algumas das cidades que têm agendadas ações para expressar solidariedade para com os manifestantes que nas últimas duas semanas têm protagonizado esta vaga de contestação no Irão, mas também para denunciar a forte repressão exercida pelas autoridades iranianas.
Pelo menos 83 pessoas já morreram durante os protestos, segundo dados da organização não-governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo (Noruega). A Amnistia Internacional denunciou, na sexta-feira, que documentos do Governo iraniano indicam que as forças de segurança receberam ordens para "confrontar severamente" os protestos.
O Irão está a ser abalado por uma vaga de protestos na sequência da morte de Masha Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, alguns dias após a sua detenção por ter alegadamente infringido o rigoroso código sobre o uso de vestuário feminino previsto nas leis da república islâmica, em particular o uso do véu.
A família de Masha Amini diz que a jovem foi espancada até à morte durante a detenção. A polícia garante que morreu de ataque cardíaco e negou ter exercido violência, enquanto responsáveis oficiais indicaram que o incidente está sob investigação.
Numa entrevista, o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, lamentou a morte de Mahsa Amini, que considerou um incidente trágico, mas voltou a prometer mão pesada contra os manifestantes.
LUSOFONIA & ÁFRICA
Os dois principais candidatos nas eleições presidenciais brasileiras realizam hoje comícios finais de campanha na cidade de São Paulo, a maior do Brasil.
Sondagens divulgadas na última semana antes do sufrágio indicam a possibilidade de uma vitória na primeira volta do antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem cerca de 48% das intenções de voto, sobre o atual Presidente, Jair Bolsonaro, com o apoio de cerca de 36%.
Para o conseguir, Lula da Silva teria de conseguir atingir 50% dos votos válidos mais um, mas variáveis como a abstenção e o voto dos indecisos podem provocar a realização de uma segunda volta em 30 de outubro.
Às presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Além do cargo de Presidente e vice-presidente, estão em jogo os governos dos 27 estados do país, a renovação completa da Câmara dos Deputados, a renovação parcial do Senado e das assembleias legislativas estaduais.
PAÍS
A Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários do Montijo e a Câmara Municipal de Setúbal promovem hoje duas manifestações para exigirem o cumprimento de horários e mais carreiras da Alsa Todi na região.
A manifestação do Montijo está marcada para as 10:00, com uma concentração na estação rodoviária, junto ao mercado municipal, seguida de um desfile até ao município, onde deverá ser aprovada uma moção para entregar na segunda-feira na Câmara Municipal do Montijo. Em Setúbal, a manifestação "Em defesa de Transportes Públicos de Qualidade" está agendada para as 10:30, junto ao Estádio do Bonfim.
Na origem das duas ações de protesto está o serviço prestado pela Alsa Todi, a operadora de transportes públicos rodoviários da Carris Metropolitana que ganhou o concurso público do lote 4, que abrange os concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
Segundo Paulo Soares, da Comissão de Utentes de Transportes Públicos Rodoviários do Montijo, a Alsa Todi, que iniciou a atividade em junho, teve um "início de operação desastroso" e, quase quatro meses depois, "não há melhorias significativas", sendo necessárias "mais carreiras e mais autocarros a circular".
A manifestação em Setúbal foi anunciada pelo presidente da Câmara, André Martins (CDU), para "pressionar a empresa".
Para André Martins, a Alsa Todi "não está em condições de operar, de colocar o sistema a funcionar", existindo falta de carreiras, incumprimento de horários e "ausência de respostas" por parte da empresa.