Antony Blinken diz que acusações de Putin sobre gasodutos são "absurdas e ultrajantes"
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, negou ontem as acusações "absurdas" e "ultrajantes" do Presidente russo, Vladimir Putin, que acusou os países anglo-saxónicos de serem responsáveis pelas fugas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2.
"Não tenho nada a acrescentar a essas alegações absurdas do Presidente Putin de que nós ou nossos parceiros aliados somos responsáveis de alguma forma por isto", referiu Blinken, em conferência de imprensa.
O chefe de diplomacia norte-americana voltou a denunciar uma "escandalosa campanha de desinformação" da Rússia.
Numa conferência ao lado da homóloga canadiana, Mélanie Joly, o norte-americano referiu que não pretende antecipar "a investigação em andamento" sobre a origem das explosões que resultaram em fugas nos gasodutos, mas assegurou que está em "contacto próximo" com os europeus sobre o assunto.
O chefe de Estado russo acusou hoje os ocidentais, durante o seu discurso no Kremlin após a anexação de quatro províncias ucranianas, de estarem na origem das "explosões" que provocaram fugas importantes nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, construídos para transportar gás russo em direção à Europa.
"Ao organizarem as explosões nos gasodutos internacionais que atravessam o fundo do Mar Báltico, começaram na realidade a destruir a infraestrutura energética europeia", denunciou, ao atribuir esta "sabotagem" aos "anglo-saxónicos".
Vladimir Putin salientou também que os Estados Unidos "estão a pressionar" os países europeus a cortar completamente o fornecimento de gás russo "para se apoderarem do mercado europeu".
Suécia, Dinamarca, Alemanha, União Europeia (UE) e NATO alegaram esta semana que as fugas do Nord Stream foram causadas por um "ato intencional" e "sabotagem".
Por seu lado, o Kremlin tinha qualificado de "sem sentido e absurdas" as acusações europeias de que a Rússia pode ser responsável pelo danos detetados nos gasodutos Nord Stream 1 e 2.
A Ucrânia acusou na terça-feira a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos gasodutos, denunciando um "ataque terrorista" contra a União Europeia (UE).
O primeiro Nord Stream, com capacidade de bombeamento de 55.000 milhões de metros cúbicos de gás por ano, foi interrompido após a Rússia alegar uma fuga de óleo na única estação de compressão russa que ainda estava em operação.
Já o Nord Stream 2 nunca entrou em operação devido ao bloqueio da infraestrutura por parte de Berlim, mesmo antes do início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro.
No entanto, ambos os gasodutos estão preenchidos com gás e, portanto, devem manter uma pressão estável.