Madeira

Presidente da Assembleia da República recorda Lurdes Castro

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Foto Lusa

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou hoje o seu pesar pela morte da artista plástica madeirense, Lourdes Castro, aos 91 anos, , no Funchal.

Morreu a artista madeirense Lourdes Castro

Morreu este sábado, dia 8 de Janeiro, aos 91 anos, uma das mais importantes artistas portuguesas contemporâneas: a madeirense Lourdes Castro. A notícia é avançada pelo Público.

"Nome incontornável da pintura portuguesa contemporânea, Lourdes Castro deixa uma vasta obra, marcada inicialmente pela abstração e pelo novo realismo e que conhece, no dealbar da década de 1960, o tema da sua eleição: a sombra", destaca a nota de Ferro Rodrigues.

O presidente do parlamento recorda ainda as "inúmeras exposições" em que participou ou que lhe foram dedicadas, como a retrospetiva "Além da Sombra", promovida em 1992 pela Fundação Calouste Gulbenkian, ou outra acolhida na Assembleia da República em 2018 ("Arte, Resistência e Cidadania"), no âmbito das Comemorações do 25 de Abril de 1974 e dos 40 Anos da Bienal de Cerveira, "na qual uma das suas obras assumiu lugar central no edifício-sede do Parlamento".

"Em meu nome e no da Assembleia da República, endereço à sua família e amigos as mais sinceras condolências", acrescenta o texto de Ferro Rodrigues.

Lourdes Castro nasceu a 09 de dezembro de 1930, no Funchal, ilha da Madeira, uma paisagem natural que deixou aos 20 anos para estudar em Lisboa, mas onde regressaria a partir de 1983 para viver em permanência, criando ali o seu refúgio.

A natureza era uma das suas grandes paixões, e com ela viveu uma estreita ligação que se projetou e entrelaçou profundamente no seu trabalho, nomeadamente na série "O grande herbário de sombras" (1972).

Lourdes Castro iniciou estudos no Colégio Alemão, mas, aos 20 anos, partiu em direção a Lisboa onde frequentou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes (ESBAL), terminado em 1956.

Iniciou o seu percurso expositivo com uma coletiva ao lado de José Escada, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, em 1954.

Em 1958, foi-lhe atribuída uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, o que coincidiu e ajudou o início da revista, impressa à mão, em serigrafia, "KWY" (1958-1963), de título composto por três letras que não existiam, na época, no alfabeto português.

A sua obra foi celebrada por exposições de caráter antológico como "Lourdes de Castro e Manuel Zimbro: a Luz da Sombra", no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, em 2010, e na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1992, intitulada "Além da Sombra".

Em 2020, o Governo português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural pelo seu "contributo incontestável para a cultura portuguesa".