III Carta aos Socialistas
Eis-me, de novo, perante vós, a explicar a questão política subjacente às dificuldades levantadas ao cumprimento dos estatutos na formulação da minha candidatura. Quais as razões?
Serão pessoais? Não pode ser, antes fora, embora em política se diga que não há gratidão, alguns destes protagonistas só me deviam estar gratos…
Puramente administrativas ou burocráticas? A não ser que resultasse, e resulta, de ditames de poder, “No lo creo”.
Democrática? Claro que não, a democracia inerente ao ser profundo do PS, viabilizaria esta candidatura, se os estatutos estivessem a ser respeitados.
Oportunística? Isto é, o setor liberal acha que a Moção da minha candidatura em curso apresenta o caminho para sair do impasse em que os atuais responsáveis fizeram cair o Partido, os quais sabem que a solução é inevitável, e que a teriam de seguir, mesmo que afastando o seu ideólogo. Isso seria o menos, porque, se assim fosse, daria aqui por concluída a minha missão.
A questão é política e sobre isso não especulo, afirmo. A solução da candidatura de Sérgio Gonçalves, como resultado do Pacto que lhe deu origem, tem um programa político, cujo intérprete é Carlos Pereira, não Paulo Cafôfo, passado para segundo plano, que não passa por uma Aliança de várias forças políticas que querem construir uma solução alternativa ao atual governo. Ora Carlos Pereira pretende apenas ser o Vice-Presidente de Pedro Calado, num futuro mais ou menos próximo, isso é lá com eles (sociais-democratas), através de um Bloco Central, para além daquilo que é o programa do Partido Socialista, com cujo ideário não se identificam os liberais chegados ao Partido, mais ou menos recentemente. Portanto, Caros Socialistas, tem caroço nesse angu! Ou seja, aqui há gato com o rabo de fora!
Miguel Fonseca