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Militares russos na fronteira com Ucrânia desafiam segurança UE- EUA e Alemanha

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Os EUA e a Alemanha consideraram hoje que a acumulação de forças militares russas próximo da fronteira com a Ucrânia coloca um "desafio imediato e urgente" à segurança europeia e que qualquer intervenção terá consequências severas.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, apresentaram um entendimento comum sobre a Federação Russa, depois de se reunirem em Washington.

A severidade de qualquer resposta a uma invasão russa da Ucrânia assenta largamente na Alemanha, a maior economia europeia e um peso pesado entre o bloco de 27 Estados europeus.

Uma daquelas consequências foi enunciada por Blinken: a Alemanha deve impedir o controverso gasoduto Nord Stream 2 de entrar em funcionamento.

"Se a Rússia renovar a sua agressão contra a Ucrânia, seria necessariamente difícil ver o gás a ser transportado (no Nord Stream 2) no futuro", disse Blinken, durante a conferência de imprensa conjunta.

Por junto, Blinken considerou que os progressos diplomáticos com a Federação Russa vão ser "difíceis", se Moscovo mantiver "uma pistola na têmpora da Ucrânia" e não se comprometer com uma "desescalada".

Para Blinken, "a verdadeira questão é saber se a Rússia está séria a propósito da diplomacia", acentuando que "é muito difícil fazer verdadeiros progressos em todos estes domínios com uma atmosfera de escalada e ameaças, com uma pistola na têmpora da Ucrânia", aduziu.

A reunião Blinken-Baerbock seguiu-se a um telefonema na semana passada entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Federação Russa, Vladimir Putin, a uma conversa entre Biden e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, e a um encontro entre o conselheiro de Biden para a segurança nacional, Jake Sullivan, e os seus homólogos de cinco Estados nórdicos.

Por outro lado, antecedeu uma série de reuniões, programadas para a próxima semana, que vão envolver dirigentes dos EUA e da Federação Russa e ministros da NATO, o Conselho NATO-Federação Russa e a Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa.

Baerbock, a chefe da diplomacia do primeiro governo alemão, em 16 anos, sem a liderança de Angela Merkel, mostrou um tom mais firme em relação a Moscovo do que o seu antecessor. Declarou que os dirigentes russos pagariam "um preço político e económico elevado" se fizessem ações militares contra a Ucrânia.

Antes da sua viagem a Washington, Baerbock realçou a importância da aliança atlântica e a sua base em valores comuns e no respeito da lei internacional. Adiantou que a Alemanha estava "determinada em agir em conjunto na defesa da ordem pacífica na Europa", com uma atenção particular à Federação Russa.

"Com respeito à Federação Russa, a mensagem comum dos governos (norte-)americano e europeu é clara. As ações russas têm um claro custo associado (e) a única saída da crise é através do diálogo", disse.