Chega disponível para solução que permita a eleitores isolados votarem
O líder do Chega, André Ventura, afirmou hoje que o partido está disponível para "qualquer alteração" que seja necessário fazer em sede parlamentar para garantir que eleitores isolados possam votar nas legislativas.
"Se for necessário algum procedimento urgente [em sede parlamentar, no âmbito da comissão permanente], o Chega está disponível para qualquer alteração que permita a essas pessoas irem votar", disse André Ventura, que falava aos jornalistas numa ação de pré-campanha em Coimbra.
Apesar disso, o presidente do Chega entende que "não é preciso uma alteração de legislação", mas antes "medidas administrativas, executivas".
"O que o Chega insta o Governo a fazer é que adapte as circunstâncias para que as pessoas em isolamento possam votar. Que seja criativo, que seja imaginativo, mas que não deixe isso para a semana anterior às eleições", afirmou André Ventura.
Questionado sobre que medidas poderão ser tomadas, o líder do partido de extrema-direita admitiu não ser "especialista em saúde pública", mas apontou, por exemplo, para a criação de circuitos próprios para pessoas isoladas ou a "recolha de voto ao domicílio".
Para André Ventura, o Governo terá agora de ouvir "os peritos" para encontrar soluções para as pessoas que poderão estar em isolamento nas eleições de 30 de janeiro.
"Creio que não haverá nenhum obstáculo", frisou, salientando que, caso haja pessoas que não consigam votar, "o fracasso é inteiramente do Governo".
Sobre a reunião de hoje que voltou a juntar epidemiologistas e políticos no Infarmed, em Lisboa, André Ventura defendeu que o país tem que passar a "gerir com a dinâmica própria da sociedade a pandemia", recusando a ideia de novas restrições ou fechos para resolver o problema.
"Devemos dar sinal de reabertura da sociedade e espero que o Governo não prolongue as medidas definidas até ao dia 09", entrando-se depois "numa fase de cautela", mas sem restrições tal como estão definidas neste momento, acrescentou.
Na ação de pré-campanha, André Ventura começou com uma visita breve à Igreja de Santa Cruz, onde passou pelo túmulo do rei Afonso Henriques, sepultado naquele monumento da Baixa de Coimbra.
No caminho para o Mercado Municipal, que à tarde está habitualmente vazio, André Ventura e a comitiva acenaram a vários agentes da PSP que estavam na esquadra da Baixa, que acenaram de volta.
Já à frente do Mercado, o líder do Chega afirmou aos jornalistas que quis marcar o dia de hoje como um "início simbólico da pré-campanha", num distrito que poderá ser "decisivo na luta pelo terceiro lugar".
"O Chega até pode ter uma percentagem de votos superior, mas com menos deputados do que outros que têm o voto mais concentrado nos centros urbanos", notou, salientando que o partido irá fazer "uma grande aposta" nos distritos do Centro do país.