Austrália diz que Djokovic não recebeu tratamento especial com isenção médica
As autoridades australianas disseram hoje que não deram tratamento especial ao tenista mundial número um Novak Djokovic, que se recusou a revelar se tinha sido vacinado contra covid-19.
As autoridades concederam-lhe uma isenção médica para defender o seu título do Australian Open.
"Quero deixar absolutamente claro, como tem sido sempre o caso, que ninguém está ou irá receber tratamento especial por causa de quem são ou do que conseguiram profissionalmente", disse hoje o ministro dos Desportos em exercício do governo regional vitoriano, Jaala Pulford, numa conferência de imprensa em Melbourne.
Pulford - aparecendo ao lado do chefe executivo da Tennis Australia Craig Tiley - admitiu que a decisão "é algo que causará desconforto a muitos" residentes de Melbourne, a cidade com mais dias sob estrito isolamento durante a pandemia, e o resto do país onde foram postas em prática medidas duras para enfrentar a pandemia.
Anteriormente, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, e outros funcionários tinham declarado que todos os jogadores de ténis e membros da equipa que participavam no torneio deveriam ter a vacinação completa.
No entanto, as diretrizes do Governo preveem exceções temporárias à entrada no país para pessoas que tenham "uma condição médica grave", não possam ser vacinadas porque contraíram covid-19 nos seis meses anteriores ou tiveram uma reação adversa ao medicamento, entre outras.
Stephen Parnis, antigo vice-presidente da Associação Médica Australiana, disse no Twitter na terça-feira que a isenção "envia uma terrível mensagem a milhões de pessoas que procuram reduzir o risco de covid-19 na Austrália para si próprios e para os outros. A vacinação é um sinal de respeito, Novak".
O médico acrescentou que "não importa o quão bom jogador de ténis você é. Se ele se recusar a ser vacinado, não lhe deve ser permitida a entrada" no torneio, que tem lugar em Melbourne de 17 a 30 de janeiro.