Modernidades
No dia 28/12 nesta rubrica, saiu uma carta assinada por mim e que o DN, amavelmente, publicou. Até aqui a coisa correu normalmente, só que um dos meus filhos chamou-me à atenção que, a mesma, tinha um erro ortográfico. Fui verificar e efectivamente era um facto.
Ora, ainda que escrevendo na forma anterior ao Acordo Ortográfico, ratificado por Portugal em 2008, normalmente não dou erros ortográficos, até porque fui, do tempo, em que era uma vergonha fazê-lo.
Por respeito pelo DN, que de vez em quando me acolhe, por quem teve o interesse e paciência de me ler, venho explicar o que aconteceu.
Hoje e por uma questão prática escrevo ou no telemóvel, ou no iPad com quem está emparelhado, mundo moderno, onde funciona o corrector automático; e no caso em apreço foi este que me tramou e envergonhou.
Escrevi a palavra “ouve” e que era o que se pretendia na frase e cito ... e cá para a gente que ninguém nos ouve ..., o corrector decidiu, mal, que era “houve” e eu, mal, não reparei.
Ou seja,
• A palavra “houve” é do verbo haver conjugado no tempo pretérito perfeito do modo indicativo.
• A palavra “ouve” é resultado do verbo ouvir conjugado na terceira pessoa do tempo presente do modo indicativo.
• São palavras homófonas porque têm a mesma fonética, pronunciam-se da mesma forma, mas, não só são escritas de forma diferente, como o seu significado difere.
Devia isto à memória da Senhora D. Octávia Oliveira, minha querida professora da quarta classe no Caroço.
Termino, pedindo as minhas desculpas pelo sucedido, pois fui e sou desse tempo em que, esse modelo, felizmente, era utilizado.
A todos um Feliz 2022
João Abel de Freitas