Calheta deu à direita a sua maior vitória, com PS a ganhar em 252 de 308 municípios
A esquerda obteve a maioria dos votos em 213 concelhos, de um total de 308 municípios, e em 14 círculos eleitorais (incluindo a Região Autónoma dos Açores), segundo o portal EyeData.
Nesta divisão, juntou-se a votação dos partidos de esquerda (PS, PCP, PEV, BE, Livre, PCTP/MRPP, MAS e PTP), dos partidos de direita (PSD, CDS, Chega, Iniciativa Liberal, Aliança, Alternativa Democráticas Nacional, Ergue-te, MPT e PPM). Ficam de fora os partidos que proclamam não ser direita nem de esquerda -- JPP, Nós, Cidadãos, PAN, R.I.R. e Volt.
Os dados, disponíveis em www.eyedata.pt/eleicoes/legislativas2022.html, mostram que a esquerda foi maioritária em 69% dos 308 municípios portugueses.
A esquerda conseguiu a maioria em 13 dos 18 distritos: Castelo Branco, Portalegre, Setúbal, Coimbra, Guarda, Évora, Beja, Porto, Viana do Castelo, Braga, Santarém, Lisboa e Faro.
Também na Região Autónoma dos Açores a esquerda foi maioritária.
Já a direita conseguiu ser maioritária em 95 concelhos, em cinco distritos (Viseu, Vila Real, Bragança, Aveiro e Leiria) e na Região Autónoma da Madeira, onde se situa o município com a melhor performance à direita (Calheta, ver mais à frente).
De acordo com o EyeData, no que toca à performance de cada partido, o PS foi primeiro em 252 concelhos (muito acima dos resultados nas autárquicas em que conquistou 150 câmaras), já o PSD só alcançou essa posição em 56 municípios (incluindo a coligação na Madeira).
Gavião, no distrito de Portalegre, deu a vitória mais expressiva ao PS (57,83%), já o maior partido de direita, o PSD obteve o seu melhor resultado concorrendo sozinho em Boticas (58,34%), no distrito de Vila Real.
O PSD ficou em quarto lugar em Moura e Aljustrel, dois concelhos do distrito de Beja, em que o Chega ficou à frente dos sociais-democratas.
O Bloco de Esquerda (BE), anterior terceira força política, apenas conseguiu o terceiro lugar em dez municípios, tendo conseguido o seu melhor resultado em Coimbra (6,34%).
Já o partido de extrema-direita Chega, que ocupa agora o anterior lugar do BE, conseguiu ser a segunda força mais votada em Moura e alcançou o terceiro lugar em 249 municípios.
A Iniciativa Liberal, que elegeu oito deputados e passa a ser a quarta maior força política, foi o terceiro partido mais votado em dez concelhos, nomeadamente na capital, Lisboa.
Já a CDU, que passa a quinta força política, foi segundo em 20 concelhos e terceiro em 16 municípios, tendo perdido para o PS os únicos dois concelhos que tinha ganhado em 2019 (Mora e Avis).
O CDS-PP, que tinha cinco deputados e que agora não conseguiu qualquer mandato, foi a terceira força em dois municípios (Ponte de Lima e Vale de Cambra).
Maior vitória à direita na Calheta e vencedor com menor margem em Santa Cruz
O concelho da Calheta, na Madeira, deu à coligação PSD/CDS-PP a maior vitória percentual nas eleições legislativas de domingo, e o também madeirense concelho de Santa Cruz foi onde o vencedor obteve menor percentagem, segundo o EyeData.
De acordo com o portal disponível em www.eyedata.pt/eleicoes/legislativas2022, na Calheta (Madeira), a coligação entre o PSD e o CDS-PP liderou as vitórias em todo o país, ao dar aos vencedores 59,76% dos votos, ao passo que o PS obteve apenas 20,31%.
No extremo oposto está também um concelho madeirense, neste caso o de Santa Cruz, onde a presença do JPP originou uma disputa entre três forças políticas.
Assim, em Santa Cruz, a coligação PSD/CDS-PP obteve 28,85% dos votos, seguida de perto pelo PS, com 26,27%, e pelo JPP, que obteve 24,37% dos votos naquele concelho.
Em termos de distritos as diferenças não são tão pronunciadas, com a maior vitória a acontecer em Castelo Branco (47,65% para o PS) e a menor em Leiria (35,73%, também para o PS).
O PS venceu em todos os círculos eleitorais exceto na Madeira, onde a coligação PSD/CDS-PP ganhou com 39,83% dos votos dos eleitores.
Os socialistas alcançaram a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.
Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.
O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.
A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado no parlamento, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer deputado.