Ministro da Defesa da Ucrânia diz que situação na fronteira é a mesma de Abril de 2021
O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou hoje que a situação na fronteira com a Rússia é praticamente a mesma de abril de 2021, quando Moscovo também concentrou mais de 100.000 soldados perto do país vizinho.
"O número [de tropas] naquela altura e agora é semelhante. O que muda é a reação", disse Reznikov, no parlamento ucraniano (Verkhovna Rada), onde esteve para discutir as tensões com a Rússia.
O ministro acrescentou que a principal diferença entre o que aconteceu há quase um ano e o que acontece agora é "a intensidade das medidas híbridas" em torno da crise, "principalmente as informativas", e o seu impacto na conjuntura macroeconómica.
Reznikov especificou que atualmente existem "cerca de 112.000 militares russos" na fronteira com a Ucrânia, o que, juntamente com "as componentes aérea e naval", resulta em cerca de 130.000 pessoas.
"Em abril do ano passado havia 126.000" militares" na mesma região, declarou.
No entanto, o ministro ucraniano assegurou que Kiev está a acompanhar de perto o movimento de tropas no território bielorrusso, que sediará manobras militares russo-bielorrussas em larga escala entre 10 e 20 de fevereiro, descritas como "preocupantes" pelo Ocidente.
As tensões sobre a presença russa na fronteira com a Ucrânia reacenderam no final de 2021, mas já eram motivo de preocupação em abril de 2021, quando Kiev relatou a concentração de mais de 100.000 soldados russos na região.
Segundo Washington, foi a maior concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia desde o conflito armado de 2014.
Moscovo disse, naquela altura, que estava a realizar exercícios em resposta às "atividades militares ameaçadoras" da NATO perto das suas fronteiras, que incluíam manobras da Aliança Atlântica em países do Leste Europeu.
Ao mesmo tempo, nos meses que se seguiram, a situação voltou a acalmar porque a Rússia retirou as suas forças da região.
Moscovo reivindica o direito de realizar exercícios militares no seu território e no dos seus aliados, e garante que não representam uma ameaça para ninguém.
A crise foi desencadeada com o envio, pela Rússia, de dezenas de milhares de soldados e armamento pesado para a fronteira da Ucrânia, ainda em 2021.
A Ucrânia e os países ocidentais dizem que esta concentração de forças indicia que a Rússia pretende invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014. Moscovo tem repetidamente negado essa intenção e acusa os Estados Unidos da América e os seus aliados da NATO de armarem a Ucrânia.
Em 18 de janeiro, a Rússia começou também a enviar soldados para a Bielorrússia para exercícios de combate nas fronteiras da União Europeia e da Ucrânia.