A esperança que o PSD representa contra os riscos de uma nova “geringonça”
Habituados a um Primeiro-Ministro que, ao longo destes últimos seis anos, deu o dito por não dito vezes sem conta – particularmente quanto aos compromissos que assumiu com a Madeira, todos eles ainda por cumprir – eis que António Costa ainda consegue surpreender nesta campanha eleitoral, para a qual avança mais uma vez derrotado ao ter pedido uma maioria absoluta que, como era de esperar, não teve qualquer resposta.
Uma maioria absoluta que afirmou e reafirmou, até agora, convencido de que estas Eleições seriam um “passeio na avenida” para, depois de desprezar e de reduzir a cacos toda a esquerda, mostrar-se de novo disponível para o diálogo. Para as tais pontes de entendimento que ele achava desnecessárias ao assumir que iria governar sozinho e para avançar numa nova geringonça que ninguém quer, tanto mais perante a experiência desastrosa da anterior. A mesma geringonça que conduziu o País a este lamentável estado de coisas e que precipitou as Eleições do próximo domingo, com a única vantagem de ter desmascarado, em toda a linha, o carácter (ou a falta dele) de todos os Partidos que dela faziam parte.
É impossível confiar numa nova geringonça das esquerdas que, há bem pouco tempo, se mostravam antagónicas entre si. Partidos anti-autonomistas e radicais que, associados ao Partido que, afinal, demarcou-se de qualquer associação, confiante na maioria absoluta, nada de bom auguram para a Madeira.
E é aqui que reside o cerne da questão: os Madeirenses quererão uma nova geringonça comandada por António Costa quando, aquela que até bem pouco tempo esteve no poder, só prejudicou e ignorou os seus direitos? Será que faz sentido repetir uma história que nem sequer teve princípio, meio e fim, de tantos avanços e recuos que sofreu? Será que alguém pode acreditar que quem não resolveu, em seis anos, os problemas da Madeira – colocando-nos, sempre, em segundo ou terceiro plano na lista de prioridades – irá agora resolver seja o que for?
Julgo que não, que não é este o caminho. E a questão já nem passa, apenas, por aquilo que a nós, Social-democratas e Autonomistas, nos separa relativamente às esquerdas. A questão, passa, sim, pela honestidade, pela solidariedade e pela responsabilidade que faltaram, sempre, a este Governo da República para com a Madeira, particularmente em plena pandemia e quando fomos deixados à nossa sorte, por um Estado que não soube cumprir.
Isto para já não lembrar a grave suspensão do Subsídio Social de Mobilidade ou a teimosia em não esclarecer o financiamento ao novo Hospital, entre muitos e muitos outros dossiês em que temos vindo a ser ignorados, prejudicados e gravemente discriminados no todo nacional.
Não basta que os Socialistas de cá, no desespero de agradar e defender o seu Partido, ao invés de defenderem em primeiro lugar e, tal como nós, a Madeira, entrem nesta encenação política para branquear aquela que foi, sem dúvida, a pior governação nacional de que há memória para com a Região.
Não basta admitirem que, nesta ou naquela questão, António Costa podia ter avançado mais depressa ou afirmarem que vão cumprir aquilo que, nestes últimos anos, não fizeram. Muito menos basta dizer que as verbas para este ou aquele projeto estavam inscritas no Orçamento de Estado chumbado e atribuírem culpas ao nosso Partido, tanto mais quando os Madeirenses sabem bem que esta crise política não foi despoletada pelo PSD, mas, sim, por uma geringonça que, desgastada, chegou ao fim.
A mesma, que agora, pelos vistos querem ressuscitar.
Nada disto basta. Aquilo que os Madeirenses precisam é de recuperar a esperança no futuro. De compromisso. De confiar num Governo que, a nível nacional, seja capaz de ouvir e de corresponder aos seus anseios, vontades e legítimas aspirações. Um Governo solidário que não feche portas e que, acima de tudo, saiba assumir o seu papel e as suas responsabilidades relativamente a todos os Portugueses, sem discriminar quem vive no continente ou nas Ilhas e, muito menos, quem é ou não do seu Partido.
Os Madeirenses precisam de gente capaz de estar ao seu lado e, não, do lado da República ou dos Partidos a que pertencem. De deputados que, no exercício das suas funções, não se esqueçam de quem lhes confiou o lugar e a quem devem lealdade. Deputados que, eleitos à Assembleia da República, sejam a sua voz e não tenham medo de lutar, contra quem for, para defender a Madeira.
E é a tudo isto que nos propomos, mais uma vez, nestas Eleições, sabendo, à partida, que o Programa Nacional do PSD, liderado por Rui Rio, integra as nossas preocupações e vai ao encontro daquilo que são as nossas principais reivindicações, expressas ao longo dos últimos seis anos.
Sempre o dissemos e reiteramos que, para nós, a Madeira está em primeiro lugar. Já o provamos, inclusive na Assembleia da República. E é isso que nos move, mais uma vez, na Candidatura “Madeira Primeiro” que apresentamos a estas Eleições.
Eleições que são determinantes para o futuro desta Região que amámos e pela qual esperamos continuar a lutar, contando com o apoio e a confiança dos nossos Militantes e toda a nossa população.