Gasoduto Nord Stream 2 travado em caso de invasão russa
Os Estados Unidos alertaram hoje que o polémico gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, não entrará em funcionamento "de uma forma ou de outra", caso Moscovo invada a Ucrânia.
"Temos mantido as nossas conversas fortes e claras com os nossos aliados alemães e deixo claro: se a Rússia invadir a Ucrânia, de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não irá para a frente", sustentou a 'número três' da diplomacia norte-americana, Victoria Nuland, em conferência de imprensa.
Mediante um compromisso alcançado no verão entre Berlim e ???????Washington - que inicialmente era contra este gasoduto entretanto concluído - o futuro do Nord Stream 2 estará em cima da mesa caso a Rússia ataque a Ucrânia.
No entanto, o governo alemão não chegou a confirmar claramente que a infraestrutura não entrará em funcionamento num cenário de conflito, noticia a agência AFP.
Também hoje, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, afirmou perante a Câmara dos Deputados que a Alemanha está a "trabalhar num forte pacote de sanções" com os aliados ocidentais no caso de uma invasão russa, que abrange vários aspetos "incluindo o Nord Stream 2".
A diplomata norte-americana qualificou as declarações de Berlim como "muito, muito fortes".
"Trabalharemos com a Alemanha para garantir que o gasoduto não vai adiante", acrescentou, lembrando que ainda não possui as certificações necessárias para entrar em operação.
A secretária de Estado Adjunta norte-americana referiu também hoje que a China deve usar a sua "influência" sobre a Rússia para dissuadi-la de atacar a Ucrânia.
"Pedimos a Pequim que use a sua influência sobre Moscovo para empurrá-los para a diplomacia, porque se houver um conflito na Ucrânia, também não é bom para a China", sustentou, apontando "um impacto significativo na economia global" e "no setor da energia".
A China disse hoje compreender as "preocupações razoáveis" de Moscovo em relação à Ucrânia, nas primeiras declarações públicas sobre a crise entre a Rússia e o Ocidente.
"As preocupações razoáveis de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e abordadas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, em conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken.
A posição de Wang surge um dia após a rejeição formal por parte dos Estados Unidos e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do principal pedido de Moscovo: recusar a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica.
Os países ocidentais acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, e de patrocinar, desde então, um conflito em Donbass, no leste da Ucrânia.
A Rússia nega quaisquer planos para uma invasão, mas associa uma diminuição da tensão a tratados que garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco soviético.