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Gasoduto Nord Stream 2 travado em caso de invasão russa

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Foto Arquivo/Tobias SCHWARZ / AFP

Os Estados Unidos alertaram hoje que o polémico gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, não entrará em funcionamento "de uma forma ou de outra", caso Moscovo invada a Ucrânia.

"Temos mantido as nossas conversas fortes e claras com os nossos aliados alemães e deixo claro: se a Rússia invadir a Ucrânia, de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não irá para a frente", sustentou a 'número três' da diplomacia norte-americana, Victoria Nuland, em conferência de imprensa.

Mediante um compromisso alcançado no verão entre Berlim e ???????Washington - que inicialmente era contra este gasoduto entretanto concluído - o futuro do Nord Stream 2 estará em cima da mesa caso a Rússia ataque a Ucrânia.

No entanto, o governo alemão não chegou a confirmar claramente que a infraestrutura não entrará em funcionamento num cenário de conflito, noticia a agência AFP.

Também hoje, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, afirmou perante a Câmara dos Deputados que a Alemanha está a "trabalhar num forte pacote de sanções" com os aliados ocidentais no caso de uma invasão russa, que abrange vários aspetos "incluindo o Nord Stream 2".

A diplomata norte-americana qualificou as declarações de Berlim como "muito, muito fortes".

"Trabalharemos com a Alemanha para garantir que o gasoduto não vai adiante", acrescentou, lembrando que ainda não possui as certificações necessárias para entrar em operação.

A secretária de Estado Adjunta norte-americana referiu também hoje que a China deve usar a sua "influência" sobre a Rússia para dissuadi-la de atacar a Ucrânia.

"Pedimos a Pequim que use a sua influência sobre Moscovo para empurrá-los para a diplomacia, porque se houver um conflito na Ucrânia, também não é bom para a China", sustentou, apontando "um impacto significativo na economia global" e "no setor da energia".

A China disse hoje compreender as "preocupações razoáveis" de Moscovo em relação à Ucrânia, nas primeiras declarações públicas sobre a crise entre a Rússia e o Ocidente.

"As preocupações razoáveis de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e abordadas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, em conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken.

A posição de Wang surge um dia após a rejeição formal por parte dos Estados Unidos e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do principal pedido de Moscovo: recusar a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica.

Os países ocidentais acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, e de patrocinar, desde então, um conflito em Donbass, no leste da Ucrânia.

A Rússia nega quaisquer planos para uma invasão, mas associa uma diminuição da tensão a tratados que garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco soviético.