eleições legislativas Madeira

BE denuncia "privatização encapotada da Segurança Social"

Luísa Santos indica que esse será o cenário caso o PSD seja governo

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O Bloco de Esquerda aproveitou uma acção de campanha realizada hoje, em Machico, para denunciar "a privatização encapotada da Segurança Social que o PSD pretende fazer se for governo". Luísa Santos afirmou que "a direita diz que não há dinheiro e que as nossas propostas são impossíveis. As pessoas repetem aquilo que ouvem, mas não dizem por mal, estão é mal informadas."

A candidata indicou que a recuperação de rendimentos e a criação de emprego permitiu equilibrar o sistema previdencial da Segurança Social e a receita com as contribuições é hoje superior à despesa que temos com as pensões.

Uma das propostas do Bloco de Esquerda passa por retirar os cortes do factor de sustentabilidade a quem se reformou entre 2014 e 2018, bem como alargar o acesso ao complemento solidário para idosos (CSI). A candidata ressalvou que tal "é possível e pode ser pago apenas com 1/3 do que o imposto Mortágua, como ficou conhecido, dá ao país neste momento". "Este imposto é pago pelos donos de casas de luxo e representa uma receita de 500 milhões de euros para a Segurança Social", explicou.

Luísa Santos lamentou que ver que os madeirenses parecem querer um governo liderado pelo PSD de Rui Rio "que, por acaso, no seu programa de governo não tem uma única linha sobre a Madeira". "Ao contrário do programa do Bloco de Esquerda que é o que apresenta mais propostas para a Região", frisou.

A acção de campanha serviu para questionar qual será o destino da Segurança Social caso a direita vença as próximas eleições. "Nós sabemos como é que alguns partidos de direita, potenciais aliados do PSD, querem investir o dinheiro dos contribuintes, o dinheiro que neste momento garante a sustentabilidade da segurança social, querem investir como se investe num banco. Querem privatizar a Segurança Social", atirou a candidata. Luísa Santos virou-se também para a Iniciativa Liberal que "defende isto como se se tratasse de uma ideia inovadora, mas na verdade é uma ideia velha e falhada em outros países como o Chile ou EUA, onde, em 2008, os reformados viram as suas reformas estoiradas em investimentos na bolsa e ficaram sem nada...".

"Os madeirenses e porto-santensses podem escolher à esquerda, com impostos como o que taxou as casas de luxo (imposto Mortágua), ou à direita, com o PSD e outros, que querem promover a existência de seguros privados que nunca atendem às doenças graves ou investimentos dos nossos impostos em bancos e em acções, que podem desaparecer num segundo. São estes os cenários que existem e que distinguem um governo de esquerda de um de direita", indicou a candidata pelo Bloco de Esquerda.

Por fim, confirmou estar confiante de que "segunda-feira teremos a Catarina Martins sentada com os partidos de esquerda a assinar um contrato sem letras pequenas, como neste momento é obrigatório, fazendo também garantir a sustentabilidade da nossa Segurança Social".