Madeira

Empresa madeirense de referência no sector eléctrico queixa-se de ser ignorada pela EEM

Apesar de ter todas as valências e estar “preparadíssima” para actuar na área da electricidade só “rarissimamente” é consultada

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Foto DR

O presidente do Governo Regional ouviu hoje queixas da empresa que se diz responsável por ter realizado um terço das telecomunicações da Madeira, a SICAPREP – Montagens de materiais eléctricos, electrónicos e telecomunicações, Lda., sedeada no Caniço, face ao ‘esquecimento’ a que tem sido votada pela Empresa de Electricidade da Madeira (EEM).

“Gostávamos de voltar a trabalhar para a EEM porque temos as valências todas, temos o saber e temos a engenharia, temos tudo”, manifestou José Manuel Coelho, sócio gerente da empresa.

Embora considera que hoje em dia a sua empresa é talvez na Madeira a “que tem a área mais diversa de actividade”, nomeadamente na electricidade (baixa e média tensão), mas também nas telecomunicações, ventilação/ar condicionado, segurança electrónica, alarmística e energias renováveis, lamenta que nos últimos seis anos a empresa não tenha sido consultada ou foi consultada “rarissimamente” pela EEM, ao assegurar “estamos preparadíssimos”.

Com o presidente do Governo Regional ao lado a ouvir os lamentos, José Manuel Coelho admitiu que a SICAPREP até tem vindo a realizar “muito trabalho” para a eléctrica madeirense, mas indirectamente, como sub-empreiteiro, ou seja, como empresa prestadora de serviços contratada por terceiros que ganham as obras da EEM.

Com todas as valências necessárias à sua boa execução desde a elaboração dos projectos de engenharia, coordenação e execução da obra, até à sua colocação em funcionamento, fiscalização e manutenção pós-venda, a SICAPREP completa 33 anos no próximo mês de Fevereiro.

Começou como empresa de telecomunicações, à data “coisa estranha”, admitiu, para logo assinalar que “durante 25 anos fizemos cerca de um terço das telecomunicações da Madeira”.

Nos anos 90 a empresa expandiu a actividade “para a parte eléctrica, depois o ar condicionado, depois a segurança e hoje em dia somos uma empresa de serviços na Madeira talvez a que tem a área mais diversa de actividade”, disse.

Das muitas obras onde esteve presente, nas mais recentes há a destacar o edifício da nova Lota do Funchal, a Escola Secundária da Ribeira Brava e o “trabalho de enorme desafio” que foi o novo Hospital Particular da Madeira.

A pandemia pouco afectou a consolidação como empresa de referência nas áreas onde actua.

“Estamos ao nível de 2018. Afectou um pouco, mas já começamos a recuperar”, admitiu.

Com outra empresa associada, a SICAPREP conta actualmente com cerca de meia centena de colaboradores a que se junta mais duas dezenas de prestadores de serviço ocasionais.

A aposta é continuar a “singrar” e entrar noutras áreas de negócio emergentes, nomeadamente nas ‘energias limpas’.

Dado curioso é a empresa em 2015 ter-se candidatado à certificação energética em Marrocos.

“Não avançou porque as questões financeiras eram complicadas na altura”, justificou.

Miguel Albuquerque não começou o lamento sobre a EEM.

Preferiu vincar a importância de dar continuidade ao roteiro juntamente com o secretário regional de Economia, Rui Barreto, para assim “conhecer a realidade empresarial da Madeira, contactar directamente com os empresários, visitar as empresas, porque só assim é que temos uma ideia efectiva e real do tecido económico da Região, as dificuldades e os desafios que os nossos empresários enfrentam”.

Albuquerque vê nesta proximidade a melhor forma de “saber o que é que é necessário da parte do governo para melhorar a eficácia das empresas, aumentar o volume de negócios e assim, de uma forma directa e indirecta, aumentar o emprego e o rendimento dos cidadãos”, concretizou.