Mundo

Produção automóvel no Reino Unido cai em 2021 mas investimento é o maior desde 2013

Foto DR
Foto DR

A produção automóvel no Reino Unido caiu 6,7% em 2021 devido a fatores, sobretudo, relacionados com a pandemia, mas o investimento de 4.900 milhões de libras foi o maior desde 2013, segundo dados da indústria publicados hoje. 

"O ano passado foi muito, muito mau. Este ano esperamos que as coisas melhorem e existem motivos para estarmos otimistas", disse o presidente executivo da Associação de Produtores e Comerciantes do Setor Automóvel (SMMT), Mike Hawes, numa conferência de imprensa.

Em 2021, foram produzidos no Reino Unido 859.575 veículos, contra 920.928 no ano passado. 

A escassez de semicondutores, um componente essencial na produção de automóveis, foi a principal causa atribuída ao declínio pois várias fábricas tiveram que reduzir ou suspender a produção.

A falta de trabalhadores, em isolamento por causa da pandemia de covid-19, e redução da procura devido ao encerramento dos pontos de comércio de automóveis foram outros dos fatores apontados. 

O encerramento da fábrica da Honda em Swindon, em julho, representou também um golpe para a indústria. 

Porém, Hawes considera existirem razões para "otimismo" no potencial investimento de 4.900 milhões de libras (5.900 milhões de euros) em 2021, comparando com os 3.200 milhões de libras em 2020. 

A fatia principal deste investimento foi o de 2.500 milhões de libras numa fábrica de baterias para carros elétricos em Coventry, no centro de Inglaterra, feito por uma parceria publico-privada. 

Os construtores automóveis têm insistido na necessidade de mais fábricas de baterias elétricas para garantir a sobrevivência e competitividade da indústria na transição para a neutralidade carbónica. 

O Governo britânico determinou 2030 como prazo para a venda de veículos com motores de combustão no Reino Unido. 

Em 2021, 26% dos veículos produzidos no Reino Unido eram elétricos ou híbridos, com a produção de elétricos a disparar 72%, contra 16,4% dos híbridos. 

O impacto do 'Brexit' continua a ensombrar a indústria, que tem a União Europeia (UE) como principal mercado (55%), devido à entrada em vigor de novos controlos e documentação, resultando em custos acrescidos. 

Grande parte dos componentes automóveis são importados de países europeus, pelo que os construtores têm feito ajustamentos nas rotas de transporte e preparação em termos de documentação para evitar problemas. 

"Os produtores fizeram muito trabalho nos últimos três a quatro anos para garantir que têm os processos certos, mas tiveram custos", afirmou Hawes.