eleições legislativas País

PAN quer fim das touradas mas recusa 'rótulo' de partido fundamentalista

Foto: JOSÉ COELHO/LUSA
Foto: JOSÉ COELHO/LUSA

A líder do PAN, Inês Sousa Real, recusou hoje associar o partido a ideias fundamentalistas, por defender a abolição das touradas, e propôs a atribuição de apoios para a reconversão das atividades ligadas ao setor.

"O PAN é um partido que defende a empatia e o respeito pelo próximo e pelos outros seres, não apenas o humano, mas também o animal, e isto não tem nada de fundamentalismo", afirmou Inês Sousa Real, durante uma ação de rua no centro de Leiria.

A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) foi questionada pelos jornalistas sobre a posição do partido em relação à tourada, depois de ter falado com um cidadão preocupado com a preservação das tradições.

Considerando que "ainda existe uma ideia errada" sobre o que o PAN defende, Inês Sousa Real notou que, no final da conversa, os dois concluíram que "o animal não deve sofrer na arena, nomeadamente nas touradas".

As pessoas "defendem a preservação de algumas tradição, mas compreendem que deve deixar de existir este sofrimento dos animais", sublinhou, observando que o tema "mexe com muitas paixões" e que, "por vezes, perde-se a noção do que realmente está a ser debatido".

A também deputada do PAN defendeu que devem existir "apoios para a reconversão das atividades" ligadas ao setor da tauromaquia, dando como exemplo o que "foi criado aquando do fim dos animais selvagens nos circos".

Para Sousa Real, o Estado deve criar "mecanismos para que as pessoas possam promover o turismo rural e de natureza" e se possa "preservar a raça do touro de lide" para que os animais sejam vistos "na lezíria, no campo, em liberdade e sem sofrimento".

"O touro é um animal lindíssimo e acho que todos gostaríamos de ir ao campo e ao interior do país para vermos os animais sem qualquer tipo de sofrimento", assinalou, defendendo que esta solução promoveria "a coesão territorial".

A líder do PAN considerou que o país não deve "canalizar os meios" financeiros que dispõe, que "são muito escassos para a própria cultura", para "tentar elevar a tourada a atividade cultural".

"Reduzir o mundo rural à tauromaquia ou à caça é insuficiente e uma visão muito redutora da sociedade, seja da cultura, seja do mundo rural", acrescentou.

Em Leiria, Inês Sousa Real passeou pela 'fan zone' da Taça da Liga em futebol, cuja fase final decorre na cidade, e, numa das atividades do espaço que simula a marcação de uma grande penalidade, a líder do PAN marcou golo.