Jerónimo aponta "direita maquilhada", mas sem "meias-medidas" para fazer cortes
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que existe uma "direita maquilhada, a querer mostrar moderação", mas que "não está com meias-medidas" na altura de aplicar os cortes de que os portugueses ainda se lembram.
"Esta campanha tem mostrado uma direita apostada em esconder as suas verdadeiras intenções. É uma direita maquilhada, a querer mostrar moderação, equilíbrio e simpatia. Uma direita que quer capitalizar o descontentamento com os problemas que a sua própria opção [criou] e o Governo do PS não quis enfrentar e resolver", disse o dirigente comunista, durante um comício em Évora.
Com "novas ou velhas roupagens", sustentou o membro do Comité Central, a direita "sempre contribuiu" para agravar os problemas do país, por isso, Jerónimo de Sousa pediu aos portugueses para que "não se deixem enganar".
"Esta direita de meias palavras, não está com meias-medidas quando se trata de aplicar as suas políticas (...). Esta é a mesma direita de sempre, que quer encolher o Serviço Nacional de Saúde [SNS] e engordar os grupos privados de saúde", argumentou.
Na ótica do dirigente comunista, PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega são aquela direita "que se quer vingar da Constituição da República de Abril".
E dirigindo-se diretamente o partido de Rui Rio, o secretário-geral comunista insurgiu-se contra "o PSD que conta com a extrema-direita para os seus propósitos, escondidos ou às claras".
"Pode estar disfarçada, encenar diferenças, face à truculência dos seus sucedâneos, mas não mudou a sua natureza, nem os seus objetivos", completou.
Jerónimo de Sousa foi a Évora para dar um empurrão final à recandidatura de João Oliveira, que ficou livre da função de substituto do secretário-geral e vai concentrar os esforços na reeleição no distrito que o elegeu pela primeira vez há quase 17 anos.
Ao subir ao palco, o secretário-geral do PCP sorriu quando retirou a máscara e viu os apoiantes da coligação aplaudirem-no.