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PAN pede "incentivos reais" para médicos das zonas rurais

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Os candidatos do PAN à Assembleia da República, pelo círculo eleitoral da Madeira, estiveram, esta quarta-feira, na zona Este da Madeira, incluindo o Porto da Cruz e o Caniçal, para auscultaram as populações sobre a prestação de cuidados de saúde.

Joaquim José Sousa, cabeça-de-lista regional do partido, afirmou existirem mais de 87.000 pessoas sem acesso a cuidados de saúde familiar na Madeira e no Porto Santo, o que considera "dramático", já que esses números significam que um terço da população do arquipélago não tem acompanhamento médico continuo.

O candidato do PAN referiu que a Madeira foi a região do País com a mais elevada taxa de risco de pobreza em 2021 (28,9%), o que "pode querer dizer que temos um conjunto significativo de cidadãos que efectivamente estão desprotegidos, até porque não têm recursos para irem ao sector privado".

Na ocasião, criticou o facto de não existir um rastreio geral para o cancro, mas sim exames de despiste, que por norma são prescritos pelo médico de família, "e se as pessoas não têm médico de família então não podem fazer o despiste de outras patologias", lembrou. 

Joaquim José Sousa referiu que o Governo Regional deveria fazer como o Governo dos Açores e "dar incentivos reais, aos médicos que optarem por trabalhar nos concelhos rurais", já que "é importante para a Região manter a ocupação do território e uma das formas é ter médico e escola de proximidade".

O candidato referiu, ainda, que, por falta de capacidade de gestão, "a saúde na Madeira não responde às necessidades das populações", acrescentando que "por vezes dá a ideia de que quem gere a saúde na Madeira não a vê como um bem para todos, mas antes um negócio, como assistimos ainda recentemente no caso da Medicina Nuclear, que obrigou um conhecido médico a abandonar a Região". 

Interrogamo-nos se com um hospital de 350 000 000 euros, 700 camas e para servir uma população de 250 000 pessoas, com as especialidades previstas, terá a Madeira recursos humanos para o servir, ou acontecerá o de sempre: privados a fazerem saúde pública e saúde publica a fazer privados. Joaquim José Sousa, candidato do PAN

Joaquim José Sousa manifestou ainda a sua preocupação pelos distúrbios provocados por demências e outras patologias do foro mental, tendo referido que "é fundamental dotar as escolas e os centros de saúde de psicólogos, para que o acompanhamento seja mais directo e menos espaçado". Face ao que diz ser uma multiplicação de situações de violência doméstica, de depressões e de suicídios, "a saúde mental será um dos grandes problemas que teremos de enfrentar nas próximas décadas".