EUA acreditam que Rússia usará força militar até meados de Fevereiro
Os Estados Unidos da América (EUA) acreditam que a Rússia usará força militar contra a Ucrânia até meados de fevereiro, disse hoje a vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman.
"Tudo indica que (o Presidente russo, Vladimir Putin,) irá usar a força militar em algum momento, talvez entre agora e meados de fevereiro", disse Sherman, admitindo, porém, que não sabe se o governante russo tomou já a "decisão final" para partir para a ofensiva.
"Não sei o que se passa na cabeça do Presidente Putin. Há apenas uma pessoa que sabe. E esse é o próprio Presidente Putin. (...) Acho que nem as pessoas à sua volta sabem o que ele fará, no final", acrescentou a vice-secretária de Estado, durante uma conversa, em formato virtual, no Yalta European Strategy, um fórum de reflexão que dedicou uma sessão a discutir "o futuro europeu da Ucrânia".
A "número dois" da diplomacia norte-americana disse ainda que os Jogos Olímpicos de Inverno na China - que arrancam no início de fevereiro, numa cerimónia em que participará o Presidente russo - podem "ter impacto no seu calendário e no seu pensamento".
"Todos sabemos que os Jogos de Pequim começam no dia 04 de fevereiro com a cerimónia de abertura e o Presidente Putin estará lá. Acho que provavelmente o Presidente (chinês) Xi Jinping não ficaria muito contente se Putin escolhesse aquele momento para invadir a Ucrânia", argumentou Wendy Sherman.
Os países ocidentais, incluindo a União Europeia e os Estados Unidos, acusam a Rússia de reunir dezenas de milhares de tropas na fronteira com a Ucrânia, receando a preparação de uma possível invasão russa do país vizinho.
A Rússia nega quaisquer planos para uma ofensiva, mas condiciona a diminuição da tensão a uma série de exigências, incluindo acordos que garantam que a Ucrânia não será membro da NATO.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais também acusam Moscovo de apoiar militar e financeiramente os separatistas pró-russos contra os quais Kiev luta no leste do país desde 2014, o que tem sido negado sempre pela Rússia.