Carta aos abstencionistas

Já se tornou o chavão dos desiludidos: votar pra quê! Se ganham sempre os mesmos? Porque a ingenuidade deste povo dado a constantemente acreditar em promessas, o engano continua. É já neste próximo fim de semana que a grande maioria dos portugueses volta a ser chamada para eleger os seus representantes no máximo órgãos de soberania da nossa já bem «adulta» democracia.

Segundo os dados do CNE existem mais de 10 milhões de eleitores inscritos nos atuais cadernos eleitorais. Sendo real ou não, esse número deverá ser à partida válido pois assim se rege o sistema de votos perante estes dados. Também consta que destes eleitores na última votação para a A.R. (2019) mais de 5.200 000 não votaram (abstencionistas), quase 132 mil votos brancos, aproximadamente 124 mil votos nulos, o que perfaz grosso modo que: 5.815.198 eleitores, (número das estatísticas) CNE, pura e simplesmente vivaram as costas à democracia. Achando que votar é uma questão imperiosa de responsabilidade e dignidade de cidadania, e que o rumo a que a frágil democracia conduziu o país ao longo destas mais de 4 décadas, deveria ser duma atitude responsável que os portugueses cumprissem com os eu dever cívico. Agora a questão que os demove: À! porque ganham sempre os mesmos! E porque será? bolas!! porque votam sempre os mesmos nos mesmo de sempre, enquanto que, aqueles que realmente deveriam fazer a diferença, irresponsavelmente marimbam-se para o ato eleitoral quando na realidade aquilo que se joga nestas decisões da democracia é o futuro de todos os cidadãos. Mas porque votar se acabam por nada fazerem daquilo que prometem?

Francamente!!! é fácil de perceber: votem noutros, pois se aqueles não cumprem as promessas ao menos tenham a coragem de mudar de atitude e votar noutros partidos que nunca tenham tido a oportunidade de eleger representantes ou minimamente elegem muito poucos que quase nem se fazem ouvir, apesar de que algo ecoa no espectro político atual parecer que a grande maioria dos partido que desde sempre fizeram parte do quadro governativo começam a sentir a ameaça dos partido de menor representatividade e sentem que a sua presença já tem um peso muito forte nas futuras decisões quanto à formação dum futuro governo. Se os eleitores que desistiram de votar porque não se revêem neste modelo de regime, ao menos tomassem consciência de que o seu papel no futuro da governação em Portugal é fundamental, poderíamos ter no futuro a voz do descontentamento da indignação e da revolta dos mais de 5 milhões de portugueses que se recusam a votar e com esse tipo de comportamento contribuem para que, a sua própria miséria seja o sustento de sucessivos governos onde a corrupção tem sido o pior inimigo de todos nós. Queremos que o país mude, mas o primeiro passo seremos nós os eleitores a ter de mudar de atitude e não permitir que os mesmo de sempre ganhem à custa dos mesmos eleitores de sempre, os beneficiários do regime, e daqueles que se recusam a mudar o paradigma político no nosso país. O convite fica feito de forma cívica, democrática e consciente para que todos sem exceção não possa reclamar dos governantes pelo facto de nada fazerem para mudar o rumo à moribunda democracia. Deixar de votar torna-se na «covardia» e irresponsabilidade de permitir que a pior pandemia deste país; a corrupção, continue a ser sustentada com a sua atitude e seu contributo para que este povo possa duma vez por todas sair da miséria a que se deixou conduzir.

Porque queria ver um Portugal livre, a trabalhar, dignificando o trabalho e valorizando quem trabalha, VOTAR dia 30 de Janeiro será sem dúvida o princípio duma nova atitude de cidadania.

A.J. Ferreira