Ter a Madeira no coração a 30 de Janeiro
Nestas eleições, não está em causa apenas a defesa dos interesses da Madeira e do Porto Santo.
Há silêncios que são deveras esclarecedores, não deixando espaço para quaisquer dúvidas. Foi isto que aconteceu com a visita de António Costa à Região em que, pura e simplesmente, se esqueceu da Madeira e dos muitos e importantíssimos assuntos que estão pendentes, a aguardar a intervenção do Estado.
Passo, pois, a enumerá-los: regulamentação do Subsídio Social de Mobilidade, para que residentes e estudantes paguem somente 86€ e 65€, respetivamente, nas viagens aéreas; apoio ao Centro Internacional de Negócios, com autorização legislativa para aceitação de novas empresas até 31 de dezembro de 2023; revisão da Constituição e da Lei das Finanças Regionais, para permitir que a Região tenha poder tributário próprio e os meios financeiros adequados, via Orçamento de Estado; financiamento do meio aéreo de combate a incêndios, durante todo o ano; pagamento pelo Estado das despesas na RAM do Passe Sub-23 que, desde 2018, o Governo Regional tem vindo a assumir; assegurar melhores condições de operacionalidade nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, em especial, no da Madeira, na questão dos equipamentos para deteção e controlo de fenómenos meteorológicos (ventos); garantia efetiva do Estado ao refinanciamento da RAM e ao financiamento necessário para fazer face à pandemia COVID-19; concretização de investimentos nos serviços do Estado na Região; clarificação definitiva do cofinanciamento de 50% do novo Hospital Central da Madeira; pagamento pelo Estado das dívidas e custos nos cuidados de saúde e medicamentos dos serviços da República nos subsistemas de saúde; majoração do financiamento do Estado à Universidade da Madeira; financiamento pelo Estado das despesas que a Região tem vindo a suportar com os emigrantes que regressam da Venezuela.
Sobre tudo isto, António Costa nada disse. Veio à Região, apenas pedir maioria absoluta, ele que, em 2019, quando andava abraçado com o BE e o PCP, afirmara que «os portugueses guardam más memórias das maiorias absolutas».
Nestas eleições, não está em causa apenas a defesa dos interesses da Madeira e do Porto Santo. Isto é, não vamos apenas escolher os nossos representantes, na Assembleia da República, nem quem nos defende melhor em Lisboa, pois já sabemos bem quem realmente tem a Madeira no coração. Vamos, também, escolher um novo Governo da República e o que temos visto das sucessivas governações socialistas é, sobretudo, isto: um país sem estratégia de crescimento, um país sempre a aumentar a dívida pública, que já ultrapassa em muito o PIB; um país sempre a aumentar os impostos (entre 2019 e 2021, a receita de IRS aumentou 1.207,8 milhões de euros, além de a carga fiscal já representar cerca de 35% do PIB).
Dito isto, temos todos de votar em consciência e sempre naqueles que, diária e verdadeiramente, lutam, com os Madeirenses, por uma melhor qualidade de vida. A escolha parece-me óbvia: Madeira Primeiro.