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Campeão do mundo de surf vai parar para cuidar da sua saúde mental

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Foto Reuters

O campeão do mundo de surf, o brasileiro Gabriel Medina, reconheceu hoje que precisa cuidar da sua saúde mental, motivo pelo que vai parar e falhar as primeiras etapas da Liga Mundial, que arranca no sábado no Havai.

"Reconhecer e admitir que não estou bem está a ser um processo muito difícil e optar por tirar um tempo para cuidar de mim foi, talvez, a decisão mais difícil que tomei na minha vida", admitiu nas redes sociais.

O surfista de 28 anos explicou que 2021 foi um "ano incrível", por se ter convertido tricampeão mundial, depois de ter sido o mais forte do ASP World Tour em 2014 e 2018, facto que ajudou a uma "montanha russa de emoções dentro e fora de água", que, segundo diz, afetou a sua "saúde mental e física".

"No final da época estava completamente exausto. Cheguei ao meu limite. Tomei a vacina (contra a covid-19) durante as férias e achei que me ia preparar a tempo para a primeira etapa da nova temporada, que começa num dos meus lugares favoritos no mundo, Pipe. Não foi o caso, pois decidi não viajar para o Havai e vou dar-me um tempo para me recuperar física e mentalmente", disse.

Gabriel Medina revelou que tem uma "pequena lesão no quadril", que tem vindo a tratar desde o final do ano passado, situação que tem de lidar juntamente com os "problemas emocionais".

O surfista admitiu que nos últimos meses, "muito esgotantes", se questionou se deveria tornar públicos os seus problemas de saúde mental, acabando por decidir que seria "justo" que os seus admiradores, que "sempre" o apoiaram, "soubessem o momento" pelo qual está a passar.

"A saúde mental é muito importante. Preciso estar a 100% mentalmente para voltar a competir. Voltarei mais forte", assumiu.

Sinal de alguma instabilidade emocional o facto de ter anunciado que ia falhar a última etapa do mundial 2021, que estava praticamente ganho, porque ainda não estava vacinado contra a covid-19, situação que lhe valeu muitas críticas no Brasil.

De igual modo, antes de rumar a Tóquio para os Jogos Olímpicos, insurgiu-se contra o Comité Olímpico do Brasil pelo facto de impedir que a sua mulher o acompanhasse na qualidade de técnica, quando o australiano Andy King já estava registado como seu treinador.