Que esperar de um país que (também) pensa assim
Infelizmente, há muita gente que entende, defende, opina, que um político para ser um BOM POLÍTICO, tem de ser um aldabrão, um troca-tintas, homem ou mulher sem carácter, sem dignidade, que diz uma coisa hoje, outra amanhã, promete e não cumpre, mente convencendo as pessoas que está falando a verdade, enfim, um tipo de pessoa que em nenhuma área da vida é vista com bons olhos, mas que na política há quem o sobrevalorize, o considere o VERDADEIRO POLÍTICO, único capaz de levar um País a bom porto.
Pensamos que, como essa gente, normalmente, tem um poder de palavra, de argumentação, notáveis, o que menos lhes falta são os que caem nas suas balelas, os que estão sempre prontos a ouvi-los, a defendê-los e a segui-los.
Uns, (os espertalhões) fazem-no porque lhes convém, outros – talvez a maioria – são, pura e simplesmente, vítimas desses malabaristas, mas como têm a cabeça “lavada” são incapazes de raciocinarem e por mais que vejam as suas vidas prejudicadas e o País em queda a aposta nos mesmos “cavalos” é algo sagrado e obrigatório.
Basta eles virem com a conversa fiada de que subiram ou vão subir o SALÁRIO MÍNIMO, que reduziram ou vão reduzir os IMPOSTOS, que as empresas beneficiaram ou vão beneficiar de AJUDAS, que as famílias pouparam ou irão fazer muitas POUPANÇAS, que é o suficiente para que certa gente caia no “conto do vigário”, como, aliás, tem acontecido ao longo dos tempos.
Mesmo vendo que, o aumento do salário mínimo seja dois meses depois “engolido” pela inflação não controlada e os impostos reduzidos, substituídos por outros criados ou pelo agravamento de alguns já existentes.
Mesmo sabendo de que, o catastrófico número de POBRES aumenta em cada ano no País e que muitas famílias têm de recorrer ao crédito, à dívida, para sobreviverem.
Casos que não aconteceriam se os propagados apoios se tivessem verificado. Ou, mais grave ainda, se verificaram mas foram, digamos, por” encomenda”, não abrangendo a comunidade em geral, não indo, sobretudo, ao encontro das empresas ou famílias mais carenciadas.
E tudo indica que, após 30 de janeiro, tudo vai continuar igual.
Os debates são iguais, os discursos semelhantes, a maledicência a mesma, porque os principais interpretes – com uma ou outra exceção – são os senhores e senhoras do costume.
E se até agora não tiveram capacidade, competência, arte ou engenho, para transformarem para melhor este País, antes pelo contrário, cada vez mais o empurram para a cauda da Europa, não vai ser a mudança do ano ou a mudança da lua que lhes vai dar o saber, a inteligência e a capacidade para tirar o País da mediocridade em que se encontra.
Para concluir, se a decisão de permitir que os eleitores em confinamento possam ir votar, no propósito de afastar o máximo de eleitores saudáveis das mesas de voto, foi uma belíssima e inteligente decisão (política) que merece o nosso aplauso.
Nunca duvidamos, aliás, de que a ABSTENÇÃO servia muitos interesses.
Juvenal Pereira