Irlanda anula quase todas as restrições após superar vaga de Ómicron
O governo irlandês anunciou hoje que quase todas as restrições resultantes da pandemia de covid-19 terminam sábado, anulando o fechamento da vida noturna, o recolher obrigatório de bares e restaurantes e as medidas de distanciamento social.
Da mesma forma, serão levantadas as limitações às reuniões em espaços fechados, embora o uso de máscaras em lojas, escolas e transportes públicos continue a ser obrigatório até 28 de fevereiro, conforme decidido hoje pelo Governo, uma coligação entre centristas, democratas-cristãos e ecologistas.
De acordo com o plano de reabertura gradual da sociedade, a hotelaria, ginásios e salas de cinema ou teatros não terão de solicitar o certificado digital a partir de sábado, embora este documento seja mantido para viagens internacionais.
Depois de analisar as recomendações da Equipa Nacional de Emergência de Saúde Pública (NPHET, na sigla em inglês), o Governo dá também luz verde à organização de lotação ilimitada para eventos desportivos em espaços fechados e ao ar livre, anunciou hoje o primeiro-ministro, o centrista Micheál Martin.
"Hoje é um bom dia. A assessoria do NPHET confirmou que superámos a onda da (variante) Ómicron, graças ao nosso sistema de saúde e uma campanha de vacinação líder em todo o mundo", disse o líder irlandês.
Desde o passado dia 20 de dezembro, após o aparecimento da variante Ómicron, as autoridades irlandesas introduziram novas medidas de controlo, incluindo o encerramento de discotecas e o recolher obrigatório às 20:00 para toda a indústria hoteleira, um setor fundamental para a economia irlandesa.
O Governo também recomendou o regresso ao teletrabalho, mas os escritórios e outros locais de trabalho vão começar a reintegrar os funcionários de forma escalonada a partir de segunda-feira.
Esta semana, o diretor do Serviço Nacional de Saúde (HSE), Paul Reid, já se declarou "moderadamente otimista" quanto à possibilidade de o pico da atual onda de covid-19 ter sido superado.
Por essa razão, o vice-primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, adiantou que o Governo pode ser "menos cauteloso" na hora de eliminar as restrições, depois de verificar que o impacto da vaga de covid-19 provocada pela Ómicron não foi pior do que o de uma "gripe ruim sazonal".
O Serviço Nacional de Saúde (HSE) anunciou quinta-feira, que foram registadas 6.597 novas infeções através de testes de PCR, enquanto as de antigénios enviados para o portal do HSE na Internet somaram mais 4.564.
A covid-19 provocou pelo menos 5,57 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.496 pessoas e foram contabilizados 2.118.125 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em todo o mundo.