“Feio e ruim”

No DN de 18jan, com o título “Feio e ruim”, o Dr. Cunha e Silva caracteriza mais uma vez o seu ‘ADN’ habitual trazendo à tona os sintomas da autovitimização do contencioso autonómico.

Esta sintomatologia assemelha-se ao complexo do filho com renda própria, que, por um lado, reivindica a emancipação total nas suas ações e gastos extra mas, por outro lado, considera-se abandonado pelo ‘velho’ que não lhe paga os gastos primários.

Desta vez, perante uma grave doença na família, o velho pai pediu ajuda aos vizinhos “para poder enfrentar dificuldades inesperadas, com particular incidência nos sectores da saúde e da economia” dos seus filhos emancipados ou não. “Era dos mais endividados e, portanto, com mais problemas para obter esse apoio extraordinário. O desenlace aconteceu favoravelmente (...)” com a promessa de obter “esse reforço de forma substancial e em condições excepcionais”.

Entretanto, o filho emancipado, embora tivesse recebido do pai, entre outros bens, a ajuda por igual da caixa comum da segurança, também pediu ao ‘velho’ um apoio extraordinário e imediato pelas mesmíssimas razões.

O apoio foi prometido. Mas não seria de imediato enquanto o depauperado pai não recebesse o seu também prometido reforço. Eis que o filho emancipado acusa o ‘velho’ de “feio e ruim” que lhe “virou as costas” porque tendo recebido a solidariedade dos vizinhos “não mostrou igual solidariedade” para com ele.

Check dos factos: A ‘bazuca’ está a chegar e a Madeira vai receber 5% do seu valor, em solidariedade dupla, ou seja, o dobro de 2,5% da relação da sua população ao todo nacional.

Afinal quem é feio e ruim?

Óscar Teixeira