“Vai haver um aumento da abstenção”
Albuquerque admite que mais eleitores deixarão de votar por receio das Assembleias de Voto serem abertas também a infectados
O presidente do Governo Regional reconhece que as eleições legislativas vão decorrer de forma condicionada face à realidade pandémica e mais ainda pelo facto dos cidadãos em isolamento, à data do sufrágio, poderem sair para ir votar.
Para Miguel Albuquerque a decisão de permitir que todos os cidadãos, mesmo os infectados, possam votar no dia 30 de Janeiro faz com que seja “possível [que a abstenção aumente] mas não há outra solução”, considera. “A única solução é aquela que eu defendo há bastante tempo e que toda a gente diz que é impossível”, referindo-se ao voto digital não presencial.
Diz mesmo que “é absurdo argumentar que não se pode votar em termos digitais”, convicto que “esse vai ser o futuro”.
Albuquerque descarta a possibilidade de serem criadas Assembleias de Voto específicas para os cidadãos confinados. “Nós não temos meios logísticos para fazer isso. Esta solução, que é uma recomendação, acho que é uma solução razoável”, reforçou, embora confesse também achar “que vai haver um aumento da abstenção”, mas ainda assim não vê outra solução, ou seja, o que está previsto “é o mal menor”, conclui.
Outro constrangimento que se adivinha é o transporte de cidadãos eleitores.
“Esse é outro problema”, reconheceu. “Esta não é uma solução perfeita. Foi um expediente prático”, lembra. Só espera que a eleição possa “correr o melhor possível dentro de um contexto muito difícil”, reconhece.