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UE apela a Israel que trave o plano de construir centenas de casas em Jerusalém leste

Foto EPA/ABIR SULTAN
Foto EPA/ABIR SULTAN

A União Europeia (UE) apelou hoje a Israel que trave o seu plano de construir centenas de casas em Jerusalém leste, alertando que a expansão dos colonatos, demolições e despejos são ilegais sob a lei internacional.

Num comunicado, o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) instou Israel a "não avançar" com o plano de construir mais de 1.450 construções nos colonatos de Har Homa e Givat Hamatos, pois "isso poderia afetar a possibilidade de Jerusalém servir como a futura capital de ambos os Estados [referindo-se a Israel e Palestina]".

"A expansão dos colonatos, demolições e despejos são ilegais sob o direito internacional. Exacerbam as tensões, ameaçam a viabilidade da solução de dois Estados e diminuem as chances de uma paz duradoura", sublinhou o departamento chefiado pelo alto representante de Política Externa da UE, Josep Borrell.

O SEAE referiu ainda no comunicado que a UE "está disposta a dar todo o seu apoio às partes, ao abrir caminhos para o relançamento do processo de paz, o mais rapidamente possível".

Por outro lado, a UE condenou a expulsão de uma família do bairro Sheikh Jarrah e denunciou que "a possibilidade de novas expulsões de famílias palestinianas das casas em que vivem há décadas" representa o "risco" de alimentar "tensões" no terreno e contribuir para a "tendência crescente" no número de demolições e expulsões na Cisjordânia, incluindo Jerusalém leste.

As ordens de expulsão emitidas pelo Estado judaico aos habitantes palestinianos do emblemático bairro de Sheikh Jarrah originaram uma forte oposição local e internacional, e desde maio passado têm decorrido numerosos protestos, alguns reprimidos pela força.

Jerusalém leste, onde ainda residem mais de 300.000 palestinianos e cerca de 200.000 colonos israelitas, está ocupada e anexada pelas autoridades israelitas, que impõem as suas leis civis em oposição às normas do Direito Internacional, que considera Israel um "Estado ocupante".