Venezuela regista novo recorde de casos e acelera vacinação de reforço
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje que a Venezuela registou 2.328 infetados com o novo coronavírus, nas últimas 24 horas, batendo o recorde pelo segundo dia consecutivo.
"Os especialistas dizem-me que o pico das infeções por covid-19 na Venezuela deverá ocorrer entre 30 e 31 de janeiro, ou seja, vamos agora ter um crescimento acelerado das infeções", disse o governante à televisão estatal venezuelana.
Nicolás Maduro explicou que a variante Ómicron tem vindo a aumentar no país e que, apesar de não ser mais letal, é importante continuar a aplicar medidas preventivas e vacinar-se.
"Passámos de cinco casos positivos de covid-19 por cada 100 mil habitantes para 20 contágios por cada 100 mil habitantes, esta quarta-feira", explicou.
Segundo Nicolás Maduro, todas as pessoas que receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19 há seis meses devem tomar a dose de reforço.
Por outro lado, explicou que a Venezuela está a avaliar voltar a aplicar o método local de sete dias de confinamento restrito, seguido de sete dias de flexibilização controlada.
"Eu quero manter o país como está, aberto, trabalhando, com aulas presenciais (...), vamos manter a abertura, a avaliação, a vacinação, os cuidados em todos os estados e municípios do país, e vamos manter o trabalho, a educação e tudo avançando. Essa é a linha", disse o Chefe de Estado.
Entretanto o Ministério da Saúde da Venezuela enviou uma circular aos organismos de saúde do país a modificar o programa de aplicação das doses de reforço da vacinação contra a covid-19.
No documento explica-se que, devido ao "aumento exponencial" dos casos, devem "aplicar as vacinas de reforço a todas as pessoas que o solicitem, em qualquer centro de vacinação, independentemente da idade, ocupação ou fatores associados".
Em 03 de janeiro, a Venezuela iniciou a aplicação da vacinação de reforço, ou terceira dose, das vacinas russa Sputnik V e da chinesa Sinopharm, dando prioridade aos profissionais da saúde.
O programa inicial, agora modificado, previa que a partir de fevereiro, os venezuelanos com mais de 18 anos de idade poderiam apresentar-se nos centros de vacinação para que lhes seja aplicada a vacina de reforço, caso tenham recebido a segunda dose há seis meses.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 460.959 casos de covid-19. Há ainda 5.387 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo, por causa da covid-19, aplicando um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
Nos meses de novembro e dezembro, a quarentena foi declarada flexível, devido à realização de eleições municipais e regionais, e também devido à época natalícia.
A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.