Príncipe André retira-se das redes sociais após ter renunciado aos títulos militares
O príncipe André, que enfrenta um processo judicial nos Estados Unidos por abuso sexual a uma menor, retirou-se hoje das redes sociais, alguns dias depois de ter renunciado aos seus títulos militares.
A conta oficial do duque de York na rede social Twitter (@TheDukeofYork) agora mostra uma página em branco com a mensagem "Esta conta não existe", a conta no Youtube também foi desativada, enquanto as páginas no Facebook e Instagram ainda estavam acessíveis no início da tarde de hoje.
O segundo filho da rainha Isabel II é acusado de violação por Virginia Giuffre, quando esta cidadã norte-americana tinha 17 anos, em 2001.
André renunciou no passado dia 13 aos seus títulos militares e patrocínios de associações, um dia após a justiça norte-americana ter apresentado uma queixa civil que o acusa de abuso sexual a uma menor.
Retirado da vida pública desde 2020, o duque de York também passou a deixar de usufruir do título de "Alteza Real".
O portal oficial da monarquia britânica na Internet (royal.uk), que procura distanciar-se do príncipe para se preservar, também foi alterado para refletir a retirada dos seus títulos e patrocínios militares, e os seus compromissos oficiais realizados em apoio à rainha estão agora listados no passado.
O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono, escusou-se hoje a comentar a situação do tio após visitar um museu em Londres.
Segundo noticiou hoje a estação pública britânica BBC, uma placa que assinala a inauguração de uma esquadra da polícia pelo príncipe André em Torquay (sudoeste da Inglaterra) foi removida após uma denúncia pública.
O príncipe Andrew está a ser processado em Nova Iorque pelo abuso sexual de Virginia Giuffre, vítima do falecido bilionário americano Jeffrey Epstein, o que ele sempre contestou.
André negou sempre as acusações e disse não conhecer Virginia Giuffre, apesar da imprensa ter divulgado uma fotografia antiga em que aparece agarrado à cintura da então jovem.
No fundo da fotografia pode ver-se a ex-companheira de Epstein, Ghislaine Maxwell, que foi considerada culpada em dezembro por tráfico sexual no tribunal federal de Manhattan e agora corre o risco de ser condenada a dezenas de anos de prisão por colaborar no aliciamento de menores para atividades sexuais.
O caso do filho da monarca britânica não é ajudado pelo facto de existirem fotografias que confirmam a proximidade entre André, Epstein, Maxwell e Giuffre.
No passado dia 14, Virginia Giuffre, considerou que "os poderosos não estão acima da lei e devem ser responsabilizados", congratulando-se com a decisão do não arquivamento do processo judicial contra o duque de York.
A mulher, que hoje tem 38 anos, sustentou que o príncipe André a abusou sexualmente quando tinha 17 pelo menos três vezes, em casas diferentes, que o magnata norte-americano Jeffrey Epstein (que morreu antes do seu julgamento) colocou à disposição do filho da rainha Isabel II.
O julgamento contra o príncipe André ainda não tem data agendada, enquanto crescem os rumores no Reino Unido de que o duque de York poderia procurar um acordo extrajudicial para evitar a humilhação de um julgamento público.