Esquerda das boas intenções
Na assinatura de um contrato com o município da Covilhã, ao abrigo do programa 1º Direito de apoio à Estratégia Local de Habitação no âmbito do PRR cujo objetivo é financiar a fundo perdido 100% das primeiras 26 mil casas construídas ao abrigo do referido programa, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação (MIH) constatou o óbvio, que Portugal se compara “de forma vergonhosa” com o resto da Europa no que respeita à habitação dita social construída com recurso ao setor público e cooperativo fora do mercado normal de habitação. O MIH realçou o bom exemplo da Holanda e da Áustria no que a este setor da habitação diz respeito o qual representa respetivamente 33% e 25% da totalidade do parque habitacional de cada um dos países, enquanto em Portugal essa percentagem é de uns vergonhosos 2%. Essa constatação permite-nos comparar o que foi feito nos últimos 20 anos neste setor na Áustria e na Holanda por governos que foram na sua maioria conservadores, de centro direita, de centro esquerda e liberais, com o que ficou por fazer em Portugal durante estes últimos 20 anos de governação da esquerda do PS com a extrema esquerda de BE e PCP, não apenas no setor da habitação social mas também nos restantes setores com maior ou menor impacto social como o SNS, Educação e Justiça, dependentes de investimento público que ainda que inscrito em sucessivos OE aprovados pela esquerda nos últimos 6 anos, nunca passou de falsas promessas quase todas por cumprir, enganando assim os portugueses. Essa tem sido aliás a marca da esquerda do PS e da extrema esquerda, sempre prontas a reclamar para si o exclusivo das grandes causas sociais mas incapazes de torná-las realidade, nunca passando das boas intenções das quais os portugueses estão fartos. O SNS é disso um bom exemplo, foi aprovado pela esquerda e extrema esquerda na AR, mas quem o tornou uma realidade foram os governos da AD-PSD/CDS (1980-1983), Bloco Central (1983-1985) e PSD (1985-1995).
Leitor identificado