Luís Montenegro diz que Chega tem de decidir entre Governo PSD ou PS
O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro afirmou hoje que o Chega tem de decidir se quer um Governo do PSD ou do PS, considerando inacreditável que o partido de Ventura prefira um executivo socialista.
"O Chega tem que decidir se quer um Governo do PSD ou se quer um do PS. A mim parece-me inacreditável se o Chega preferir um Governo do PS", apontou Montenegro, à margem de uma ação de campanha em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.
Numa ação de campanha que juntou cerca de 30 apoiantes do PSD, o ex-deputado escusou-se a responder sobre a possibilidade, ou não, de existir um acordo pós-eleitoral com o Chega de André Ventura.
"O que o PSD precisa para ser Governo é primeiro ganhar as eleições (...) Nessa maioria têm que estar incluídos votos suficientes para que o programa de Governo não seja rejeitado como aconteceu em 2015", explicou.
Montenegro rejeitou a hipótese de um acordo para que um Governo do PSD passe na Assembleia da República: "Não estou interessado em trocas. Estou interessado em princípios. O princípio de todos os partidos que estão à direita do PS, todos, seja o PSD, o CDS, a Iniciativa Liberal, o Chega (...) todos eles têm que ter um princípio que é não viabilizar governos socialistas", salientou.
Para o ex-deputado, "depois, enfim, como é que se podem entender é uma questão suplementar".
O antigo líder parlamentar social-democrata disse também que António Costa foi "uma espécie de 'Best Friend Forever' (BFF) de David Neeleman", por lhe ter "retirado a responsabilidade" de responder pelos custos e o estado da TAP.
"O Dr. António Costa foi uma espécie de 'BFF' do ex-acionista da TAP David Neeleman. Ele, António Costa, com o Dr. Pedro Nuno Santos, com a Catarina Martins, com o Jerónimo de Sousa retiraram ao senhor Neeleman a responsabilidade que ele tinha de responder por aquilo que lhe tinha sido entregue pelo Estado no processo de privatização", afirmou Montenegro.
Luís Montenegro deixou ainda críticas ao Governo por causa da questão do voto de quem está em isolamento devido à covid-19: "Nem para dar condições de votação às pessoas [este Governo} serve. É a obrigação mais básica do poder político, assegurar o exercício de direitos fundamentais".
"No ano de 2022, se o Governo não tem habilidade suficiente para criar condições para fazer isso em segurança, então nem para isso serve", criticou.
Questionado sobre a continuidade de Rui Rio frente ao PSD caso não ganhe as eleições no dia 30, o antigo opositor do atual líder afirmou que "o PSD está unido, coeso, ao lado da sua liderança para ganhar eleições" e que não é entre os sociais-democratas que se fala em sucessão.
"Quem tem hoje preocupações de sucessão em termos partidários é o PS. O líder do PS já avisou que se perdesse as eleições que ia embora, portanto creio que deve fazer essa pergunta a Pedro Nuno Santos, a Ana Catarina Mendes, ao Fernando Medina, dizem até à Mariana Vieira da Silva", respondeu.