Madeira

Cargueiros retidos devido ao mau tempo autorizados a descarregar no Funchal

Secretário regional da Economia abre 'via verde' para o porto de cruzeiros a "título excepcional"

Os navios cargueiros não têm conseguido entrar no porto comercial da Madeira, no Caniçal. A alternativa será recorrer ao porto de cruzeiros, no Funchal
Os navios cargueiros não têm conseguido entrar no porto comercial da Madeira, no Caniçal. A alternativa será recorrer ao porto de cruzeiros, no Funchal, Hélder Santos/ASPRESS

'Ponta do Sol' já está a caminho do Funchal, com gado sob stress

O Governo Regional autorizou os navios porta-contentores que estão abrigados no norte da ilha da Madeira, a procederem à descarga - de gado, de bens perecíveis em contentores frigoríficos e de outras mercadorias consideradas emergentes - no porto de cruzeiros do Funchal “a título excepcional”, de modo a evitar constrangimentos no abastecimento. A informação foi confirmada pelo DIÁRIO junto de Rui Barreto, secretário regional da Economia.

Nos últimos dias, três navios porta-contentores foram forçados a procurar abrigo na costa norte da ilha da Madeira devido à forte agitação marítima do quadrante sul que se faz sentir à boca dos terminais marítimos, comprometendo a manobra de aproximação ao porto comercial do Caniçal, para proceder à descarga das mercadorias e abastecer a economia regional.

As perspectivas iniciais de que haveria condições favoráveis à acostagem dos navios no Caniçal durante esta terça-feira não se verificaram, o que fez soar o sinal de alarme a bordo dos porta-contentores que transportam bens perecíveis e considerados emergentes.

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É disso exemplo o ‘Ponta do Sol’, que chegou à Região no domingo à noite. Desde então, o navio, que transporta gado, tem procurado abrigo ao largo de São Vicente, mas a exposição ao mar durante tanto tempo tem provocado stress aos animais a bordo e, a continuar, muitos poderiam não resistir.

Daí a decisão do executivo madeirense em autorizar a operação de descarga “a título meramente excepcional” no porto de cruzeiros do Funchal. Rui Barreto, que tem acompanhado o evoluir da situação, diz que a alternativa de recorrer ao porto de cruzeiros se deve ao facto de não se perspectivar melhorias no estado do tempo em menos de 48 horas, e de haver urgência na descarga de mercadoria refrigerada, de animais que se encontram em sofrimento no mar e sob o stress da viagem e ainda gás liquefeito (em estado sólido) imprescindível para o sector energético da Região.

O cargueiro ‘Ponta do Sol’ está neste momento a rumar ao Funchal e deverá amarrar ao molhe da Pontinha pelas 20 horas, após a saída do navio de cruzeiro ‘Mein Schiff 4’, para proceder à  descarga por intermédio das gruas de bordo. A prioridade será dada aos animais vivos e mercadoria refrigerada.

Amanhã de manhã, será a vez do porta-contentores ‘Funchalense 5’ tomar a posição no Funchal. Deverá acostar ao cais norte, em articulação com os Portos da Madeira e após a saída do navio ‘Aida Mar’, que soltará amarras pelas 5h30.

De acordo com o secretário da Economia, está prevista a descarga de 28 dos 420 TEUS transportados pelo navio, que será feita com o auxílio das duas imponentes gruas de bordo. Será sobretudo mercadoria e bens emergentes como gás liquefeito (em estado gasoso) que se destina ao abastecimento do sector energético da Região e cuja operação decorrerá cumprindo todas as normas de segurança no porto.