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Um ano depois da detenção, opositor do Kremlin diz que não se arrepende

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Foto Alexander NEMENOV / AFP

O opositor do regime russo Alexei Navalny disse hoje, um ano depois da sua detenção, que "não se arrepende nem por um segundo" de ter regressado à Rússia e pediu aos seus concidadãos que "não tenham medo".

"Eu regressei e não me arrependo nem por um segundo", escreveu nas redes sociais, numa mensagem sobre a sua luta contra o Kremlin e seu regresso ao país, apesar da probabilidade de ser preso, após meses de recuperação do envenenamento.

"Depois de um ano de prisão, digo-vos o que gritei (aos que então me apoiaram) no tribunal: não tenham medo", acrescentou o opositor.

A mensagem é acompanhada por uma foto de Navalny, vestido com a farda da prisão e acompanhado da mulher, Yulia.

Navalny voltou hoje ao tribunal, que vai analisar duas queixas do opositor contra a administração prisional.

Navalny participou na primeira audiência no tribunal distrital de Petushki, na região de Vladimir, por videoconferência a partir da sua cela, de acordo com imagens do canal online independente Dojd.

O opositor foi detido em 17 de janeiro de 2021, no aeroporto de Moscovo, quando regressava de Berlim onde foi tratado após um grave envenenamento na Sibéria, em agosto, pelo qual responsabiliza o Presidente, Vladimir Putin.

A Rússia nunca abriu uma investigação sobre essa tentativa de assassinato, alegando não ter pistas sobre o incidente e acusando Berlim de não partilhar as análises médicas de Navalny.

Este militante contra a corrupção das elites russas foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de "fraude", processo que ele afirma ter motivos políticos.

A condenação desencadeou uma série de condenações internacionais e novas sanções ocidentais contra Moscovo.

Um dos "braços direitos" de Navalny, Leonid Volkov, que vive agora no exílio, afirmou, nas redes sociais, que 17 de janeiro "ficará na História como o início do fim do Putinismo".

A detenção de Alexei Navalny desencadeou várias grandes manifestações há um ano, rápida e brutalmente reprimidas.

O seu movimento foi classificado como "extremismo" e banido, enquanto opositores, imprensa e organizações não governamentais consideradas críticas do Kremlin sofreram uma onda crescente de repressão.

Navalny é também alvo de novos processos, em particular por "extremismo", o que pode resultar na sua manutenção na prisão durante vários anos mais.