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As eleições legislativas

Que a campanha eleitoral para as eleições legislativas seja esclarecedora. Que os eleitores sejam exigentes. Que os partidos políticos respondam aos problemas do país fazendo exigentes diagnósticos – aliás já estão todos feitos - e que apresentem soluções. Mas soluções reais. Soluções com avaliações de custos e proveitos e acompanhadas por um rigoroso calendário.

Portugal precisa de Cidadãos bem preparados e exigentes. E precisa de políticos e de governos à altura dos enormes desafios do país. Infelizmente não temos tido. Os resultados estão à vista. A grande maioria dos portugueses ou pertence à “classe mínima” (sociologicamente declarada como “classe média”) ou vive na pobreza ou na miséria ou em risco de vir a viver. Mais de metade vive do Estado e os governos de esquerda têm feito tudo para que assim se mantenha. Os governos de esquerda gostam de tirar com uma mão o dinheiro que é dos Cidadãos e das empresas, através do confisco fiscal, e depois compensam esse confisco com algumas esmolas financeiras e serviços públicos de pouca qualidade. Os governos do PS apoiados pela extrema esquerda foram evidentes nesta política de confisco/esmolas/maus serviços públicos. E os resultados estão à vista. O balanço do crescimento económico do país, ou seja do enriquecimento de Portugal e dos portugueses, é quase nulo desde o ano 2000. Somos dos países mais pobres da Europa e temos sido ultrapassados todos os anos por parceiros europeus. Um fracasso. A culpa, obviamente, não é só dos partidos nem dos políticos nem dos governos. É impossível que assim seja. Mas infelizmente há partidos que querem o poder só pelo poder.

Não é que tenham um programa para tornar os portugueses mais ricos. Não. Querem apenas o poder para distribuir aquilo que o Estado acarreta através de uma brutal carga fiscal que há muito ultrapassou a barreira do razoável e do aceitável. Já vivemos em pleno confisco fiscal contra os Cidadãos, contra as Famílias e contra as empresas. Mas também existem outros partidos que não gostam de ser oposição e só pensam em estar no governo. Mesmo que com o estatuto de “pau de vassoura”.

Portugal precisa de governos fortes.

Mas também de uma oposição forte que seja alternativa a quem governa. Ambos os papeis são nobres num bom e saudável regime político. Governos fortes são equipas bem preparadas e determinadas. Portugal precisa de equipas fortes e não de líderes fortes porque os líderes fortes podem se transformar facilmente em “tiranetes de paróquia”. E em Portugal, infelizmente, há uma terrível tendência para que isso aconteça nas empresas, nas instituições e na política devido, precisamente, à enorme dependência dos cidadãos (e dos políticos) aos vários poderes. Ainda temos muito a mudar para transformar o regime político em Portugal num verdadeiro regime liberal onde as Instituições da República funcionem, onde os Cidadãos são plenos e a classe política e os governos de qualidade e de mérito. Nos últimos anos Portugal tem sido mal governado.

Muito mal governado pela geringonça. Mas também não tem tido uma oposição, em grande parte do tempo, suficientemente firme que tenha sido entendida de imediato como uma clara alternativa. No entanto, felizmente, o PSD apresenta para estas eleições um razoável Programa eleitoral para o país. Já o PS vai ao mesmo.

Quer continuar a governar com as mesmas políticas do passado – políticas fracassadas em termos de bons resultados macro e de enriquecimento individual dos portugueses – só que desta vez dispensa os parceiros da extrema esquerda. “Igual mas sozinho” podia ser o slogan. Na verdade a geringonça falhou ao contrário do que prometeu António Costa quando expulsou o vitorioso PSD de Pedro Passos Coelho do governo. Mas sejamos sinceros qual o país do mundo que enriqueceu com socialistas e comunistas e trotskistas juntos? Qual? Nenhum. E qual o país que atingiu resultados de sucesso sem uma qualquer Estratégia Nacional? Nenhum.

Nada é por acaso. Já para nós madeirenses fazer um balanço à governação socialista e da geringonça é mais que evidente.

António Costa transformou-se de oposição ao PSD-Madeira – o que seria normal visto que é do PS – transformou-se em declarado inimigo da Madeira e dos madeirenses. Desrespeitou a Constituição da República naquilo que a Lei obriga o governo central em relação às Autonomias.

Desrespeitou decisões soberanas dos Parlamentos da Madeira e mesmo do da República (veja-se o subsidio de mobilidade). O pouco que transferiu para a nossa Região é sua obrigação mais que evidente.

Mas ficou muito por cumprir.

Quase tudo. O pouco que cumpriu foi depois de muita pressão dos madeirenses através do governo da Madeira, dos deputados ao Parlamento da Madeira e dos deputados do PSD na Assembleia da República. Por isso não nos podemos esquecer que o PS e António Costa desrespeitaram e desconsideraram sempre a Madeira e o Porto Santo. Sempre.