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O passado e o futuro

Daqui a poucos dias teremos eleições.

Podem argumentar que são eleições nacionais, e que não há perspectiva que as coisas mudem. Puro engano. As coisas mudam, necessariamente. Mudam é de uma forma em que temos algum controlo, ou mudam sem que haja qualquer input nosso.

Gostaria que, fosse qual fosse o resultado destas eleições, fosse o resultado de uma opção consciente dos portugueses. Que a abstenção caísse para níveis meramente técnicos (será 10% uma utopia?). Que os portugueses escolhessem os seus deputados de forma racional, e não porque A ou B os empurrou nessa direcção. Que os portugueses se dessem ao trabalho de ler os programas propostos, e decidissem com base neles, e nas pessoas que irão efetivamente para a Assembleia. Que os portugueses fizessem reflectir nas escolhas que fazem os seus sonhos e as suas espectativas.

Especificamente em relação aos madeirenses, gostava que percebessem que o regime actual é uma mera continuidade do anterior que, por sua vez, decorre da influência e da persistência da União Nacional na Madeira. O discurso é o mesmo, as pessoas são as mesmas, os métodos são os mesmos. A diferença? A diferença é que neste momento o objectivo é claramente manter o lobby a enriquecer. E basta ver quem são os privilegiados do sistema… os donos do turismo, os donos do betão e os donos dos barcos. São quem financia o Partido, e quem ganha com a acção do governo.

Já foi amplamente demostrado que a Região não é pessoa de bem, que o Direito não se aplica, e que todo o sistema económico está desenhado, e é mantido, para que os mesmos continuem a ganhar à custa de todos os outros. E em poucos casos isto é tão óbvio como com a questão do ferry.

Aos portugueses, e aos madeirenses, pensem bem antes de votar. E vão votar. Porque nunca é perda de tempo.