EUA e União Europeia coordenaram resposta à crise com Rússia
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, conversaram hoje sobre "uma estreita coordenação" para responder à crise na Ucrânia.
Em comunicado, o departamento de Estado norte-americano revelou que Blinken e Borrell estiveram em contacto, por telefone, e falaram sobre "uma estreita coordenação, junto dos aliados da NATO e dos parceiros europeus, para responder ao profundamente preocupante aumento da presença militar da Rússia junto da Ucrânia".
"O secretário de Estado Blinken reafirmou que as consequências serão rápidas, graves e coordenadas, caso aumente a agressão russa contra a Ucrânia", sublinhou o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Ned Price, no comunicado.
A conversa telefónica aconteceu um dia depois de os Estados Unidos terem acusado a Rússia de estar a orquestrar uma operação como pretexto para invadir a Ucrânia.
E Governo da Ucrânia disse na sexta-feira ter "pistas preliminares" que indicam um possível envolvimento dos serviços secretos russos no ciberataque contra vários dos seus ministérios.
De acordo com uma declaração do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano), os ataques visaram 70 'sites' governamentais.
Depois de ter integrado a antiga União Soviética, a Ucrânia tornou-se independente em 1991, após a dissolução do bloco controlado por Moscovo.
Em 2014, na sequência da Revolução Laranja que levou ao afastamento do presidente pró-Moscovo Viktor Yanukovych, a Rússia invadiu e anexou a península ucraniana da Crimeia.
Desde então, Moscovo tem alegadamente patrocinado uma guerrilha na região industrial de Donbass, no leste da Ucrânia, que já provocou mais de 13.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo dados da ONU.
Nos últimos meses, a Rússia colocou mais de 100.000 tropas e armamento pesado junto à fronteira com a Ucrânia, suscitando o receio em Kiev e nos países ocidentais de um novo ataque contra o país, uma intenção negada por Moscovo.
A crise na fronteira da Ucrânia foi alvo, esta semana, de conversações separadas da Rússia com os Estados Unidos, com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e com a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).