Se não fosse a bengala
Miguel Albuquerque e Rui Rio com posturas opostas
Boa noite!
Miguel Albuquerque assumiu hoje que "o PSD não tem que ser bengala de nenhuma solução que não seja aquela que apresenta". Ou seja, o social-democrata ilhéu não quer para o País a solução que, apesar dos tropeções e cedências, vai garantindo a governabilidade na Madeira e também nos Açores.
Miguel Albuquerque devia pensar antes de falar já que está no poder graças a uma bengala política, em tempos CDS de seu nome, estrutura hoje totalmente absorvida pela social-democracia regional, mesmo que alguns centristas finjam, aqui ou acolá, ter vontade própria.
Mesmo que tenha ensaiado a tese que o seu partido não deve viabilizar qualquer solução governativa do PS saída das legislativas de dia 30, Miguel Albuquerque arrisca-se a levar de bengala. Hoje mesmo, Rui Rio mostrou outro tipo de postura. "Democraticamente negoceio”, disse.
O líder nacional do PSD não é repentista, nem irresponsável. Sabe que o futuro de um Portugal credível e robusto não dispensa bengalas. Sem surpresa, admite que se os socialistas vencerem as legislativas, António Costa deve ter "predisposição para negociar o OE com os outros partidos", incluindo o PSD, pois está disponível para esse diálogo. E que se o PSD vencer, mas sem maioria absoluta, espera que os outros partidos, em particular os que lhes são mais próximos, negoceiem a possibilidade de haver Governo.
O que leva Rio a agir assim, de forma bem diferente de Albuquerque? É por ser estadista? É por ter a noção que a instabilidade nacional arrasta todos para lama? É por ter aprendido que quem governa não pode estar, por princípio, contra ninguém? Por alguma razão Rui Rio não desagua na Madeira na campanha que aí vem, ao contrário de António Costa que, mesmo tendo acumulado derrotas nos últimos sufrágios insulares e dossiers pendentes por resolver com a Região, não foge ao incómodo.