Arquitecto catalão Ricardo Bofill morre aos 82 anos
O arquiteto catalão Ricardo Bofill, autor de vários projetos internacionais, morreu hoje em Barcelona, aos 82 anos, indicaram à agência de notícias EFE fontes do seu ateliê na capital catalã.
Considerado um dos arquitetos mais influentes do mundo, Ricardo Bofill desenhou a Praça da Europa, no Luxemburgo, e o conjunto residencial Antigone, em Montpellier, França.
Em Portugal, um dos seus projetos mais conhecidos é o premiado Atrium Saldanha, em Lisboa, tendo também criado construções na Madeira.
Os seus projetos de arquitetura e urbanismo - representantes do estilo pós-moderno da arquitetura contemporânea - estendem-se desde cidades nos Estados Unidos, Argélia, Japão, Bulgária e Marrocos.
Em Espanha, desenhou, nomeadamente, o palácio Municipal de Congressos, em Madrid, as novas instalações do porto de Barcelona, a remodelação e ampliação do aeroporto da capital catalã, onde também projetou o Teatro Nacional da Catalunha.
O ministro espanhol da Cultura e Desporto, Miquel Iceta, lamentou a morte do arquiteto, destacando que "não será nunca esquecido", graças às "joias" que deixou.
"É chegado o momento de recordar o muito que fez pela arquitetura, e pela projeção internacional da Catalunha e de Espanha", salientou o ministro.
Nascido a 05 de dezembro de 1939, em Barcelona, Bofill estudou no liceu francês e depois na Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, de onde foi expulso, em 1957, por atividades políticas, quando era membro do Partido Socialista Unificado da Catalunha.
Mudou-se para a Suíça, onde prosseguiu estudos na Universidade de Genebra e, nos 1960, abriu um estúdio de arquitetura em Barcelona com sociólogos, além de arquitetos e engenheiros.
A sua atividade tornou-se cada vez mais internacional, abrindo, na década seguinte, outro ateliê, em Paris, tendo continuado o seu trabalho de planeamento de cidades.
Também deixa um legado teórico, entre vários livros publicados, como "Espaço e Vida", "A Cidade do Arquiteto", e "O Desenho da Cidade".