Governo britânico reduz período de isolamento para cinco dias em Inglaterra
O período de isolamento para pessoas infetadas com o novo coronavírus vai ser reduzido para cinco dias em Inglaterra a partir de segunda-feira, anunciou hoje o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid.
Os infetados terão de cumprir cinco dias completos de isolamento após apresentarem sintomas ou receberem um resultado positivo, o que ocorrer primeiro, mas poderão sair no sexto dia desde que testem negativo duas vezes com autotestes (testes rápidos de antigénio).
Estes dois autotestes, vincou o ministro, "são críticos para estes planos equilibrados e proporcionais".
"Peço a todos que aproveitem a capacidade que construímos em testes para que possamos restaurar as liberdades deste país enquanto mantemos todos seguros", disse Javid, numa declaração no parlamento.
Só em janeiro está prevista a distribuição de 400 milhões de testes, providenciados gratuitamente pelo Governo britânico, revelou.
O ministro adiantou que dados da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido mostram que "cerca de dois terços dos casos positivos já não estão infecciosos no final do quinto dia" e explicou que o Governo quer "maximizar a atividade na economia e educação".
A medida visa reduzir o impacto da vaga da pandemia de covid-19 causada pela nova variante Ómicron, responsável por uma média diária superior a 148.000 casos, o que está a ter impacto em hospitais, escolas e outros serviços essenciais, além de empresas, devido às ausências por isolamento.
A medida aplica-se, por enquanto, a Inglaterra, sendo as regras na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte da responsabilidade dos respetivos governos autónomos.
Atualmente, em todo o Reino Unido, o período de isolamento para pessoas infetadas com o coronavírus SARS-CoV-2 é de sete dias, mas esse período pode ser suspenso se testarem negativo a partir do sexto dia.
Na Escócia, esta medida aplica-se àqueles totalmente vacinados, pelo que os que não estão vacinados terão de cumprir dez dias de isolamento.
Javid disse existirem "sinais encorajadores de que as infeções estão a cair em Londres e no leste da Inglaterra" e que "já há sinais preliminares de que a taxa de hospitalização está a começar a descer".
Porém, acrescentou que as infeções estão a aumentar em outras partes do país e que os dados ainda não refletem o impacto do regresso ao trabalho e à escola após as férias do Natal.
De acordo com os dados mais recentes, o Reino Unido já contabilizou 151.007 mortes desde o início da pandemia, embora o balanço suba para 174.233 quando a certidão de óbito refere a doença covid-19, mesmo em casos em que a infeção não foi confirmada.
Atualmente, 90,4% da população britânica acima dos 12 anos já recebeu uma dose da vacina contra a covid-19, 83,1% duas doses e 62,5% recebeu também uma terceira dose de reforço.
A covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.