Verdades que não se escondem
Os madeirenses não esquecem o esforço que tiveram e ainda têm de fazer devido aos castigos impostos pelo último Governo de direita
Realizam-se no próximo dia 30 de Janeiro eleições legislativas nacionais. Este é um ato particularmente importante, não só pelo exercício de democracia que garante a todos os portugueses eleger os deputados que os representam na Assembleia da República e o futuro Primeiro-ministro, mas também pelo momento crítico em que vive o país em resultado da pandemia que nos atingiu desde 2020 e que teima em persistir.
A recuperação tem de ser um desígnio nacional e existem efetivamente indicadores que permitem encarar o futuro com otimismo. Depois de 15 anos de crescimento anémico, na ordem dos 0,4% ao ano, a economia portuguesa cresceu entre 2016 e 2019, 2,8%. Cresceu 7 vezes mais que nos 15 anos anteriores, e isto no período pré-pandémico.
A ODCE divulgou esta semana um relatório que indica Portugal como o país com a maior taxa de crescimento económico no próximo ano. Estamos perante uma forte recuperação da economia: o PIB deverá aumentar 14% entre 2021 e 2023. A OCDE reconhece igualmente que as diversas medidas de apoio à economia adotadas em Portugal contribuíram decisivamente para uma rápida e acentuada recuperação e para o combate aos efeitos socioeconómicos negativos da Covid-19.
A taxa de desemprego entre 2015 e 2021, mesmo atravessando uma pandemia, desceu de 12,4% para 6,6%, e existem em Portugal mais 500 mil pessoas empregadas. Em igual período, o salário mínimo cresceu 39,6% e o rendimento médio das famílias aumentou 16%. Enfrentando a pandemia de forma determinada, o Governo de António Costa assegurou que Portugal seja hoje o país europeu com a maior taxa de vacinação da sua população, com 89,9% dos portugueses totalmente vacinados.
A nível regional nada disto parece contar para um Governo Regional, ora entretido em autoelogios que o tempo teima em ridicularizar, ora focado em encontrar culpados para tudo o que não lhe corre de feição. E tanto se culpa Lisboa, como a própria população, conforme convém. É preocupante que à data de ontem a Madeira tenha um número diário de novos infetados com Covid19 quase 5 vezes superior aos Açores mas, está tudo controlado. Já não somos os melhores do mundo mas, a culpa é de todos, menos do Governo Regional, que só colhe louros.
Talvez para manter esta versão ficcionada da realidade e desviar as atenções, num momento tão crucial para o país e para a Região Autónoma da Madeira, os tiques de retórica eleitoralista regressam em força, com argumentos tão usados e repetidos que, não se tornando nunca em verdade, vão intoxicando a opinião pública. Senão vejamos, e atente-se aos ditos.
Em relação ao novo hospital, diz-se que o Governo da República não comparticipa os 50%, quando diversos Orçamentos de Estado o garantem de forma inequívoca e as faturas enviadas pelo Governo Regional foram inclusivamente pagas a 50% pelo Estado.
Repete-se o argumento de que o aval ao empréstimo de 458 milhões não foi concedido pelo Governo da República, quando está inscrito no Orçamento de Estado para 2021, no artigo 83º - Garantia de aval ao empréstimo solicitado pela Região Autónoma da Madeira.
Invocam-se os elevados juros do empréstimo PAEF cobrados pelo Estado à Região, quando foi o Governo de António Costa que em 2019 reduziu substancialmente esses juros deixados como herança pelo último Governo da República liderado por Pedro Passos Coelho, que fez o Governo Regional agachar-se perante Lisboa como castigo pela dívida colossal de 6000 milhões de euros entretanto criada e ocultada.
Reivindica-se uma alteração – defendida unanimemente por todos os partidos na ALRAM - do modelo de subsídio social de mobilidade, que mais não é do que pretender acabar com as “inovações” introduzidas pelo Governo Regional e Pedro Passos Coelho em 2015, casos do teto máximo de 400 euros e reembolso passados 60 dias, quando o mesmo primeiro-ministro não o exigiu meses antes aos Açores. O último Governo da República PSD/CDS quis castigar os madeirenses? Ou foi o próprio Governo Regional a sugerir esta discriminação negativa dos madeirenses face aos açorianos? Provavelmente ambos, António Costa não foi certamente.
Os madeirenses não esquecem o esforço que tiveram e ainda têm de fazer devido aos castigos impostos pelo último Governo de direita em Portugal. Os madeirenses também não esquecem o motivo pelo qual esses castigos foram impostos. A Região Autónoma da Madeira é governada há mais de 4 décadas por um partido, atualmente já sem maioria absoluta, refém de uma dívida que ele próprio criou e a culpa é sempre de outros?
Há verdades que não se escondem e os candidatos apresentados pelo PS-Madeira à Assembleia da República merecem toda a confiança da população da Madeira e do Porto Santo, pois têm provas dadas da sua competência e compromisso, sempre com a Madeira!