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Nigéria levanta suspensão do Twitter sete meses depois

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O governo da Nigéria anunciou na noite de hoje o levantamento da suspensão de sete meses do Twitter, naquele que é o país mais populoso de África, onde mais de 200 milhões de pessoas ficaram excluídas daquela rede social.

"O presidente Muhammadu Buhari aprovou o levantamento da suspensão do Twitter na Nigéria a partir da meia-noite de hoje", anunciou o diretor da Agência Nacional para o Desenvolvimento da Tecnologia da Informação, Kashifu Inuwa Abdullahi, citado em comunicado.

As autoridades nigerianas dizem que, após vários meses de negociações, o Twitter aderiu a "todas as condições estabelecidas pelo governo federal", em particular à tributação e à gestão dos conteúdos que não respeitam as leis da Nigéria.

Contactado pela agência de notícias AFP, o Twitter ainda não tinha confirmado o anúncio.

Abuja anunciou no início de junho de 2021 a suspensão do Twitter por "tempo indeterminado", após ter acusado a rede social de ter uma "missão suspeita" contra o governo nigeriano e de tolerar mensagens de um líder de um grupo separatista que incitava à violência no sudeste da Nigéria.

A suspensão do Twitter surgiu dois dias depois de a rede social ter apagado uma mensagem de Muhammadu Buhari.

O chefe de Estado ameaçou os responsáveis pela violência no sudeste da Nigéria -- atribuída pelas autoridades aos igbos (grupo étnico) separatistas --, revivendo as terríveis lembranças da guerra do estado do Biafra, que matou mais de um milhões de pessoas na década de 1960.

A suspensão do Twitter despertou profunda consternação na Nigéria, um país jovem, muito conectado, onde a rede social é uma importante ferramenta de protesto social.

A União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá reprovaram a suspensão do Twitter.