A causa e o efeito
A demissão de Rui Silva merece explicações das partes
Boa noite!
Por duas vezes escrevi – na passada sexta-feira e no domingo – que “na semana em que os casos de covid dispararam, mesmo internamente, o hospital deixou de fazer teste PCR aos funcionários”.
Por insistir na tese que “ninguém se importa”, no domingo recebi a garantia que o facto, indesmentível, teria consequências imediatas. Segundo apurei, a decisão unilateral de acabar com a testagem foi classificada de irresponsável e tomada à revelia das orientações internas.
Hoje ficamos a saber que Rui Silva deixa de ser o director de Saúde Ocupacional - Medicina do Trabalho - do SESARAM, responsabilidade que assumiu durante mais de dez anos. Além de deixar as funções, o também director da empresa Ergoram desvinculou-se do serviço público de saúde.
Com base nos dois momentos distintos, estaremos perante uma relação de causa e efeito? Talvez. Mas pode não ser a única.
Na semana passada, revelamos que o SESARAM decidiu aplicar novas medidas aos profissionais com receio de falta de meios humanos. O pedido de demissão apresentado por Rui Silva terá sido motivado pela “Norma para a Gestão dos Profissionais de Saúde com Infecção ou Exposição a SARS-CoV-2”?
O que que quer que tenha sido, e comprovadamente há alguns reparos de parte a parte em relação à desorganização na gestão da pandemia, o caso merece explicações públicas, mas acima de tudo, apenas a verdade.