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Argentina rejeita "ameaças beligerantes" do Reino Unido sobre Malvinas

Faz este 40 anos em 2022 que ocorreu a Guerra das Malvinas/Falkland.  Foto Arquivo/DR
Faz este 40 anos em 2022 que ocorreu a Guerra das Malvinas/Falkland.  Foto Arquivo/DR

O governo argentino rejeitou hoje as "ameaças beligerantes" e as "referências difamatórias" à Argentina proferidas pelo ministro de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, em referência às Malvinas, território ultramarino britânico que é reivindicado pelo país sul-americano.

Em declarações divulgadas pelo jornal Daily Telegraph, Ben Wallace disse que Londres vai ter a determinação de "enfrentar os insolentes" que ameaçam os seus "valores" em qualquer lugar do mundo, no contexto de uma ação pelos 40 anos da Guerra das Malvinas, entre Argentina e Reino Unido.

"A distância não vai deter a Grã-Bretanha, nem a dimensão do desafio. A história está cheia de consequências para quem subestimou esta pequena ilha", disse o governante, que sublinhou que, neste sentido, foi "indiferente" para o tenente-general Leopoldo Fortunato Galtieri, que presidente da Argentina entre 1981 e 1982 e ordenou a invasão e ocupação das ilhas que espoletaram a guerra.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino emitiu um comunicado a rejeitar "categoricamente" essas alegações, que "são incompatíveis com a relação diplomática existente" entre os dois países.

"Os governos democráticos argentinos consolidaram a sua reivindicação de soberania sobre a questão das Malvinas, no âmbito do direito internacional e por canais pacífico e diplomáticos, de modo que as referências" de Wallace "sejam absolutamente inapropriadas e inaceitáveis", destacou o ministério.

Nesse sentido, o governo argentino reiterou que o Reino Unido "deve cumprir" as resoluções das Nações Unidas que pedem uma "solução negociada" para o conflito pela soberania sobre as ilhas Malvinas, Geórgia do Sul, Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes.

A Argentina também pediu a Londres que respeite os padrões internacionais que declaram o Atlântico Sul uma "zona de paz e livre de armas nucleares".

O Executivo argentino apresentou no início do ano a "agenda" de ações que pretende lançar para comemorar os 40 anos da guerra com o Reino Unido pelas Malvinas e reforçar a reivindicação de soberania sobre aquele arquipélago no Atlântico Sul.

Os dois países lutaram pela soberania das Malvinas numa guerra que começou em 02 de abril de 1982, com o desembarque de tropas argentinas no arquipélago, e terminou em junho do mesmo ano com a sua rendição às forças britânicas.

Na guerra, 255 britânicos, três insulares e 649 argentinos morreram.

Desde o fim da guerra, o Reino Unido recusou-se a retomar as negociações com a Argentina, apesar dos repetidos apelos ao diálogo por parte das Nações Unidas e de outras organizações internacionais.